Oficialmente, Manaus tem 2.314 veículos adaptados para utilização de Gás Natural Veicular (GNV), segundo o Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM). Porém, o número se aproxima de 20 mil. Segundo o empresário Wallace Pereira, que atua há 10 anos com instalação de kits veiculares de gás, a maioria dos donos de veículos que fazem a conversão não atualizam a documentação junto ao Detran.
Manaus já chegou a ter seis postos com oferta do GNV. Hoje, conforme o site da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), são três: dois na Avenida Torquato Tapajós, na zona norte, e um na Avenida Constantino Nery, no São Geraldo, zona centro-sul.
Porém, na prática, apenas dois estão funcionando: um na Torquato Tapajós e outro na Constantino Nery. E, no último domingo (25), a situação ficou ainda pior, pois um dos estabelecimentos teve problemas no equipamento e apenas um posto ficou disponível em toda a cidade, como relata o motorista David Melo.
No site da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que monitora os preços dos combustíveis em todo o País, consta a disponibilidade de apenas um posto em Manaus: o da Constantino Nery. E o preço médio cobrado pelo estabelecimento é de R$ 3,66. Conforme a Cigás, o metro cúbico do GNV é distribuído aos postos por R$ 2,60, já incluído os 25% de ICMS e 9,5% de impostos federais.
O motorista Ilan Silva afirma que perde, em média, 45 minutos no posto de combustível para conseguir reabastecer o carro.
O empresário Wallace Pereira pede que as autoridades públicas e a Cigás façam alguma coisa para atender aos motoristas e incentivar o uso do GNV.
A Rádio Rio Mar também procurou o Sindicato dos Donos de Postos de Combustíveis de Manaus, mas foi informada que nenhum dos postos que vendem GNV é associado ao Sindicombustíveis.
Procurada, a Cigás disse que há três postos de combustíveis que comercializam o Gás Natural Veicular (GNV) em Manaus, sendo dois da bandeira ATEM, localizados na Constantino Nery e na Torquato Tapajós, e outro da bandeira Equador na Torquato Tapajós. E que, conforme informações do operador do Posto Equador, houve problema com uma peça do maquinário recentemente, ocasionando a interrupção temporária da comercialização e a previsão é que retorne ao pleno funcionamento nos próximos dias.
A Cigás informou que é importante esclarecer que a Cigás firmou contrato para funcionamento de seis postos de combustíveis disponíveis para abastecimento do GNV. Entretanto, por decisão empresarial, uma das bandeiras decidiu suspender as operações com o Gás Natural Veicular e distratar o contrato que tinha com a Companhia para funcionamento de três postos. E que por meio da Gerência Comercial, a Cigás agiu rapidamente e, em pouco tempo, firmou contrato com dois novos postos de combustíveis: um na área da Ponta Negra e outro no Distrito Industrial. A comercialização de GNV nestes dois novos postos, iniciará no segundo semestre do ano.
Sobre a dinâmica desse mercado, a Cigás diz que o acréscimo da quantidade de postos ocorrerá à medida em que o número de carros convertidos aumentar, e, por isso, vem investindo, ao longo dos anos, em campanhas de adesão ao GNV para ampliação da demanda da frota de veículos convertidos na cidade. Segundo a Cigás, uma nova campanha será lançada pela Companhia no segundo semestre de 2021.
A Rádio Rio Mar questionou a Cigás sobre os custos estimados para instalação de equipamentos tanto para quem quer vender o GNV quanto para o consumidor que quiser usar o combustível. A resposta enviada diz que “essa decisão de encerrar as operações dos três postos de combustíveis não foi da Cigás e sim, da bandeira que decidiu encerrar esta operação no mercado local”.
Sobre o kit-conversão veicular, a Cigas informou que: “deve-se esclarecer que esses custos compreendem o valor referente a aquisição do kit de conversão e o serviço prestado pelas oficinas convertedoras, registradas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). Em Manaus, atualmente, há 4 empresas homologadas para a prestação deste serviço.(http://www.inmetro.gov.br/inovacao/oficinas/lista_oficinas.asp?end=1&descr_estado=am). Sendo assim, o serviço de conversão é uma competência que não cabe à Cigás”.
Quanto ao custo, o valor varia conforme o tamanho do cilindro. No caso da conversão com o uso de cilindro de 15 metros cúbicos, por exemplo, a Cigás estima um valor em torno de R$ 4.500,00.
A Rádio Rio Mar também perguntou porque um dos postos, próximo ao Hemoam, na Constantino Nery, deixou de vender o GNV. A Cigás informou que não há qualquer problema documental entre o operador do posto de combustível e a a relação comercial era com a bandeira BR e o posto não tem mais bandeira.
*Reportagem atualizada às 11h12 de 27/04/2021 com a resposta da Cigás.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Bruno Elander