Dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), de 2016 a 2024, indicam que a mortalidade materna (RMM) em Manaus teve pico em 2021, durante a pandemia de Covid-19, com 145 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos, caindo para 63 em 2022, 57 em 2023 e 55 no ano passado. Nos nove anos avaliados, 261 mulheres morreram por complicações da gravidez, parto e puerpério de até 42 dias.
De acordo com a chefe do Núcleo de Investigação do Óbito da Semsa, Karine Souza, o dado é preocupante já que dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas a estimativa deve ser de até 30 óbitos a cada 100 mil nascidos vivo.
Segundo Karine, os indicadores do município revelaram maior risco de morte entre gestantes que se declaram pretas ou pardas, menores de 20 e maiores de 30 anos de idade, e com menor nível de escolaridade. A gestora explica que o óbito materno deve ser compreendido além das causas obstétricas.
Entre as mortes por causas obstétricas diretas de 2016 a 2024, as complicações por transtornos hipertensivos corresponderam a 27% dos óbitos, seguido das gestações que terminam em perda gestacional precoce com 18% e infecções relacionadas à gravidez, que corresponderam a 17%.
Para discutir este cenário, foi realizado o 3º Seminário de Redução do Óbito Materno no Amazonas. O encontro buscou refletir sobre as causas e discutir estratégias para melhoria na atenção e prevenção do óbito entre gestantes e puérperas.
Profissionais, gestores e representantes de órgãos públicos e entidades da área da saúde estiveram presentes, além de representantes dos comitês municipal e estadual de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal (Cmpomif e Cepomif) e o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa).
Rádio Rio Mar
Foto: Arquivo Agência Brasil