Manaus é a 3ª capital que mais reduziu perdas de água, mas tratamento de esgoto diminui

Conforme estudos publicados pelo Instituto Trata Brasil, nas últimas semanas, Manaus é a terceira capital do País que mais reduziu perdas de água entre 2018 e 2022, atrás apenas de Maceió-AL e Boa Vista-RR.

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Ao mesmo tempo, a distribuição aumentou 8,07 pontos percentuais e a coleta de esgoto total mais do que dobrou no período, pois saiu de 12,43% em 2018 para 26,09% de cobertura em 2022. Por outro lado, houve involução de -9,26% em relação ao tratamento de esgoto em comparação ao volume de água consumida.

Conforme o estudo do Trata Brasil, o Amazonas perde mais de 50% da água que distribui e é o 7º pior Estado do País nesse quesito. Quanto às capitais, apesar da redução de 26,09% nos índices, Manaus ainda é a oitava pior, pois perde 55,44% da água em distribuição (que equivale a quase 89 piscinas olímpicas, por dia).

Evolução expressiva

Ainda assim, de acordo com a diretora-presidente do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, Manaus se destaca pela evolução nos indicadores. “Quando a gente olha os índices dos últimos anos em Manaus, a gente vê em que 2017 o índice de perdas na distribuição era de 74,6% e 2022, 55,4%. É uma evolução bastante grande, são quase 20 pontos percentuais de redução do índice de perdas na distribuição. Estamos falando de uma média de redução bastante grande, tendo como objetivo seguir nessa redução para atingir o indicador, em 2034, de 25% de perdas, que é o estabelecido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional”.

Conforme o diretor-presidente da concessionária Águas de Manaus Diego Dal Magro, um dos principais motivadores redução nas perdas foi a regularização do abastecimento de água em comunidades vulneráveis, pois, assim, foi possível evitar que a água fosse perdida no processo.

Outra ferramenta é a tecnologia de monitoramento 24 horas do abastecimento em mais de 200 pontos da cidade.

Quanto à redução da proporção de esgoto tratado em relação à água consumida, o gerente de responsabilidade social da Águas de Manaus, Semy Ferraz, afirma que, na prática, o que houve foi aumento no consumo registrado.

Sobre a coleta de esgoto, a Águas de Manaus informa que a capital possui aproximadamente 30% de cobertura do serviço e todas as metas do período estão cumpridas.

A diretora-presidente do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, afirma que, no ritmo atual de investimentos, o Brasil não alcançará a meta de universalização do Novo Marco Legal do Saneamento no Brasil, que é em 2033, mas em 2070.

Sobre o volume médio de investimento por habitante no saneamento básico, a Águas de Manaus informa que o valor saiu de R$ 38,17, em 2017, para R$ 115,66, em 2024.

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Águas de Manaus/Divulgação