Lúpus atinge cerca de 65.000 pessoas no Brasil, a maioria mulheres

O lúpus pode atingir pessoas de qualquer idade, raça ou sexo. Mas as mulheres entre 20 e 45 anos são as principais vítimas. No país, a Sociedade Brasileira de Reumatologia estima que a cada 1700 mulheres uma apresente a doença. A assistente jurídica, Caroline Bentes, faz parte desta estatística. Aos 28 anos, após a perda da segunda filha durante a gravidez, descobriu o lúpus. Apesar do diagnóstico doloroso e tratamento contínuo ela venceu barreiras, superou obstáculos, conseguiu engravidar novamente e dar a luz a terceira filha. Uma caminhada de superação.

Caroline Bentes possui lúpus do tipo Eritematoso Sistêmico, aquele que desenvolve inflamações em várias partes e órgãos do corpo. O lúpus é uma doença inflamatória crônica, autoimune.

Entre os sintomas mais frequentes, estão: febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Mas pode haver  casos com manchas na pele, inflamações da pleura, problemas nos rins, entre outros.

A reumatologista, Bárbara Carneiro, responsável pelo ambulatório de lúpus do Hospital Universitário Getúlio Vargas, explica que a ciência ainda busca explicações para o desenvolvimento da doença.

O tratamento da doença é feito com medicamentos anti-inflamatórios, antimaláricos, corticoides e imunossupressores, vai depender de cada caso. Carolina Bentes reclama do quantitativo de profissionais especializados no tratamento  da doença e acompanhamento dos pacientes em Manaus. O que de acordo com a assistente jurídica provoca demora nos atendimentos. Atualmente  faz o acompanhamento de forma particular, o que gera um custo alto.

Por ser autoimune, quem tem a doença faz parte dos grupos prioritários da vacinação contra a Covid-19. No Amazonas, os imunossuprimidos já estão aptos a receber a quarta dose do imunizante. A reumatologista, Marta Aline, explica os riscos deste público quanto ao coronavírus.

O mês de fevereiro é marcado pelo roxo da campanha de conscientização e prevenção do lúpus realizada pelo Ministério da Saúde. A ideia é levar o conhecimento sobre os sintomas e consequências da doença no cotidiano do individuo.

 

Tania Freitas – Rádio Rio Mar

Foto 1: Acervo pessoal Caroline Bentes

Foto 2: Marcello Casal Jr. – Agência Brasil