A Justiça Federal autorizou, na última sexta-feira (25), o cumprimento de mandados de busca e apreensão, prisão preventiva e bloqueio de bens contra três homens suspeitos de desmatar, incendiar e impedir a regeneração de floresta nativa entre os municípios de Boca do Acre e Pauini.
Na quarta-feira passada (23), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Dracarys, que teve como alvo o proprietário da Fazenda Bom Futuro, suspeito de liderar o esquema de desmatamento ilegal na região e de ter praticado crime de falsidade ideológica.
De acordo com as investigações, 1.672 hectares, quase 17 quilômetros quadrados (km²), de floresta nativa foram desmatados pelo trio, desde 2020. Já o total de áreas incendiadas soma 2.368 hectares (23,7 km²).
Conforme as estimativas do setor técnico-pericial da Polícia Federal, os danos ambientais são de quase R$ 138 milhões.
De acordo com a PF, em outubro e setembro deste ano, houve registro de focos de incêndio nas áreas, o que contribuiu para a emissão das densas nuvens de fumaça que afetaram a qualidade do ar em diversas partes da Amazônia, nos últimos meses.
Os pedidos de prisão partiram do Ministério Público Federal (MPF).
Difícil acesso
A PF acredita que a área desmatada e queimada foi escolhida de maneira estratégica para dificultar a ação dos órgãos de fiscalização ambiental. Isso porque está em uma região de difícil acesso.
O líder do esquema criminoso, o qual a PF aponta como o principal financiador e articulador das operações ilegais, mora em condomínio de luxo em Campinas (SP).
De acordo com a PF, os delitos configuram práticas de associação criminosa. Isso porque, de forma associada e reiterada, os suspeitos praticaram uma série de crimes ambientais ao longo dos anos.
*A palavra “dracarys”, nome da operação, significa “dragão de fogo” na linguagem ficcional da obra literária “A Guerra dos Tronos”, de George R. R. Martin.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Divulgação/Polícia Federal