Pelo segundo dia consecutivo, a paralisação do transporte público causou transtornos em Manaus. A manifestação teve início por volta das 9h desta sexta-feira (12) e atingiu principalmente as avenidas da região central da capital, onde ônibus foram utilizados para bloquear o trânsito.
Justiça determina retomada imediata do transporte público após nova paralisação em Manaus. Foto: Yuri Bezerra
A revolta entre os usuários foi visível. Karione Almeida, que depende dos ônibus para se locomover, relatou o impacto direto em sua rotina.
“Por que que a gente tá carregando essa culpa, se a gente depende desses ônibus pra chegar até em casa? Eu saí de casa doente, queria voltar logo, e não tô podendo voltar. E agora, como é que vai ser? Quem é que vem aqui dar maior palmatória com nós?”, disse.
A paralisação foi motivada pelo atraso no pagamento dos salários dos rodoviários, que cobravam o repasse de 60% do restante do salário de agosto — valor que deveria ter sido quitado até o quinto dia útil de setembro. Diante da situação, o Sindicato dos Rodoviários se reuniu com representantes da Justiça do Trabalho no fim da manhã desta sexta-feira. Após a audiência, o juiz substituto Gabriel César Fernandes esclareceu o foco da ação judicial.
“O objeto central não é a greve em si. Tratamos de uma ação civil pública com pedido de tutela definitiva inibitória, para que não haja mais atraso salarial. O Estado do Amazonas se comprometeu a repassar R$ 19,5 milhões diretamente à conta do Sinetram”, comentou.
Justiça determina retomada imediata do transporte público após nova paralisação em Manaus. Foto: Reprodução Internet
Segundo o juiz, caso os repasses não sejam efetuados no prazo de 24 horas, a Justiça determinará o bloqueio das contas do Sinetram e das empresas de transporte, a fim de garantir o pagamento aos rodoviários.
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Durante a audiência, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, desembargador Jorge Álvaro, determinou o fim da paralisação e o retorno imediato do transporte público municipal. Com isso, os ônibus que bloqueavam as avenidas começaram a ser retirados ainda na tarde desta sexta-feira.
“O que estava sendo questionado pelos trabalhadores eram os 60% restantes do salário de agosto, que ainda não haviam sido pagos até o quinto dia útil do mês de setembro. Esse valor, que foi depositado na conta do Sinetram, abrange toda essa diferença”, finalizou.
Yuri Bezerra, Rádio Rio Mar