Escutar os candidatos para escolher quem melhor vai defender os direitos do povo

Editorial por Luis Miguel Modino*

Nesta semana começou a campanha para as eleições que devem acontecer no dia 15 de novembro. Milhares de candidatos no Brasil afora concorrem ao cargo de prefeitos e vereadores nos 5.570 municípios que fazem parte da República do Brasil. A pergunta que devemos nos fazer é o que esses candidatos e candidatas estão procurando, mas também o que esperam os brasileiros e brasileiras quando teclam o número de quem vai representá-los no poder executivo e legislativo em nível municipal.

O filósofo grego Aristóteles, um dos grandes pensadores da história da humanidade, afirmava que a política é a ciência que tem por objetivo a felicidade humana e divide-se em ética, que se preocupa com a felicidade individual do homem na Cidade-Estado, ou pólis, e na política propriamente dita, que se preocupa com a felicidade coletiva. O elemento fundamental está na dimensão coletiva, o que deve nos levar a pensar nessa felicidade coletiva quando a gente escolhe seus representantes.

Diante de uma realidade em que muitos votantes se tornaram torcedores de determinados partidos e candidatos, este tempo de campanha deve nos levar a refletir sobre a importância que o fato de conhecer as diferentes propostas tem. A inteligência nos dá a possibilidade de desenvolver um juízo crítico da realidade, de discernir e escolher o melhor dentre diferentes propostas boas. Somos desafiados por tanto a estudar as sugestões de cada candidato e ver até que ponto elas se preocupam com a felicidade coletiva.

Será que a gente está disposta a estudar com detalhe o programa eleitoral dos candidatos? Queremos conhecer as propostas, escutar as diferentes posturas, e discernir qual é a melhor escolha? A gente sabe que são poucas as pessoas que “perdem o tempo” lendo proposta de político, pois a grande maioria da população, infelizmente, não se preocupa muito com a felicidade coletiva. Vivemos numa sociedade onde nosso olhar não vai além do nosso nariz, do nosso interesse particular, e isso está tendo consequências cada vez mais graves, provocando enfrentamentos que podem destruir a democracia, que mesmo com suas falhas, continua sendo o melhor sistema político.

Na democracia a decisão está na sua mão, na minha mão, mas para que essa decisão seja a melhor para todos e todas, temos que sermos conscientes das consequências das nossas escolhas. Depois não adianta chorar o leite derramado, dizer que a gente não sabia que aquele que foi eleito, aquele que a gente votou, iria fazer isto ou aquilo. Mas também, quando as ações não se correspondem com o que foi apresentado no programa, na medida em que a gente o conhece, pode cobrar e exigir.

Temos quase 45 dias pela frente, muito importantes, pois deles depende o que vai acontecer nos nossos municípios nos próximos quatro anos. É tempo de escutar, de conhecer, de esclarecer dúvidas, de discernir, de escolher quem melhor pode fazer realidade a felicidade coletiva, também daqueles que não votaram nele.

Vamos ter muitas oportunidades para isso, também a nossa Rádio Rio Mar nos oferece essa possibilidade. Desde segunda-feira, todos os dias, até dia 20, às 8 da manhã, vamos poder conhecer aqueles que querem assumir o poder executivo em Manaus. Exercer o direito ao voto com responsabilidade é uma obrigação de todo cidadão, não deixe passar essa oportunidade.

Ouça: 

*Missionário espanhol e membro da equipe de comunicação da REPAM – Rede eclesial Pan Amazônica.