O Amazonas teve 3.113 focos de queimadas em 28 dias do mês de julho, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Essa quantidade é não apenas recorde para esse mês em 26 anos como também é maior do que todo o primeiro semestre de todos os anos desde 1998, quando o monitoramento começou.
O pior primeiro semestre no Amazonas foi em 2016, quando houve 2.221 incêndios. Ou seja, em apenas 28 dias de julho, a quantidade de queimadas é 40% maior do que o pior primeiro semestre da história no Estado.
De 1º de janeiro até 28 de julho, o Inpe identificou 3.779 focos de calor no território amazonense.
Em julho do ano passado, por exemplo, o Estado teve 1.947 incêndios. Historicamente, o pior julho foi em 2020, com 2.119 ocorrências.
Conforme o Inpe, os municípios amazonenses com mais queimadas neste ano são Apuí (1.027) e Lábrea (886). Sendo que em Lábrea há registros de degradação na Floresta Nacional do Iquiri, no Parque Nacional Mapinguari e na Reserva Extrativista Ituxí.
O governo do Amazonas afirma que, entre 3 de junho e 24 de julho, combateu mais de 2,2 mil focos de calor no interior e na capital.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) afirma que tem atuado no monitoramento e sensibilização dos focos de calor, sobretudo no chamado arco do fogo, nos municípios do sul do Amazonas.
“Com efeito, além dos interesses económicos de empresários e políticos locais, existem também «os enormes interesses económicos internacionais»[63]. Por isso, a solução não está numa «internacionalização» da Amazónia[64], mas a responsabilidade dos governos nacionais torna-se mais grave. Pela mesma razão, «é louvável a tarefa de organismos internacionais e organizações da sociedade civil que sensibilizam as populações e colaboram de forma crítica, inclusive utilizando legítimos sistemas de pressão, para que cada governo cumpra o dever próprio e não-delegável de preservar o meio ambiente e os recursos naturais do seu país, sem se vender a espúrios interesses locais ou internacionais»[65]“. Exortação Apostólica Pós-Sinodal Querida Amazônia, do Santo Padre Francisco.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: TCE/AM