Em 734 dias de governo, ou seja, 1 ano e 309 dias, o presidente Jair Bolsonaro, que se elegeu pelo PSL e se desfiliou logo depois, tem 56 pedidos de impeachment contra ele entregues na Câmara dos Deputados, em Brasília, até hoje.

Nesses menos de 2 anos, o número de denúncias contra ele já é maior por exemplo do que contra Fernando Henrique Cardoso (do PSDB) e Luís Inácio Lula da Silva (do PT), que ficaram oito anos no poder, cada um e tiveram 24 e 37 pedidos, respectivamente.

Fernando Collor, que governou o País por 2 anos e 289 dias, antes de ser destituído do cargo, recebeu 29 denúncias. Itamar Franco (do PMDB) ficou no poder 2 anos e 3 dias e teve 4 pedidos de impeachment.

Em cinco anos, Dilma Rousseff (do PT) foi alvo de 51 pedidos de afastamento. Nos últimos 243 dias de governo, já no sexto ano, mais 17 denúncias foram entregues até Dilma sofrer o impedimento e deixar a presidência com 68 pedidos de impeachment.

Em 2 anos e 123 dias, Michel Temer (do PMDB) foi denunciado 31 vezes.

O cientista político Helso Ribeiro explica que esse movimento tem acontecido, historicamente, nos casos em que os presidentes eleitos tiveram pouca vantagem para o segundo colocado no resultado final das Eleições.

Os outros dois presidentes citados, que tiveram vitórias apertadas, Collor e Dilma, acabaram sofrendo o impeachment.

Helso Ribeiro cita alguns dos motivos que contribuíram para afetar a legitimidade do presidente, além da margem curta na vitória eleitoral.

Considerando apenas os primeiros 734 dias de governo de todos os presidentes do Brasil desde a redemocratização, passando por Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer, foram 44 pedidos de impeachment contra todos eles, no somatório. Sozinho, Bolsonaro já tem 56.

Fonte: Câmara dos Deputados

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil