Por Luis Miguel Modino*
Um dos grandes desafios no atual momento histórico é sermos testemunhas de esperança. Em um mundo quebrado pela guerra, pela violência, pela polarização, a grande questão a enfrentar é como ajudar as pessoas a não perder a esperança.
A situação vivida na Ucrania, em Gaza, em tantos lugares do mundo, inclusive em muitas cidades do Brasil, onde as guerras e a violência se cobram grande número de vítimas inocentes, tem que nos levar a refletir. O grande perigo diante disso e nos acostumarmos com essa realidade e fazer de conta que não pode ser feito nada para reverter essa situação.
Ainda mais, muitas pessoas se posicionam contra aqueles que tentam mudar a realidade. O acontecido nesta semana em águas interacionais, quando Israel prendeu ativistas que queriam denunciar a fome extrema e falta de remédios que provoca a morte diária de muitos inocentes, inclusive crianças, deveria nos levar a nos envolvermos para mudar essa realidade e acabar com o genocídio que ameaça com exterminar o povo palestino.
O desrespeito das leis internacionais é algo que não pode ser permitido a nenhum governo, ainda mais quando a pretensão é defender àqueles que ninguém defende. Não podemos ficar impassíveis diante do sofrimento alheio, diante de situações que ferem a dignidade humana. Quando as pessoas perdem a esperança, aos poucos vão perdendo a vida.
O Papa Leão XIV, seguindo a postura de Papa Francisco, em seu primeiro mês de pontificado, está insistindo na necessidade da paz. Já foram várias as tentativas de estabelecer diálogos entre os governos dos países enfrentados pela guerra. Guerras que especialmente prejudicam os inocentes, vítimas de decisões que só procuram interesses pessoais, económicos e políticos que dão as costas aos interesses comuns do povo.
Até que ponto me atinge o que está acontecendo nas diversas guerras presentes no mundo? Como me posiciono diante de tanta violência e polarização que faz parte do nosso cotidiano? O que eu estou fazendo para gerar esperança para tantas pessoas que por diversos motivos foram perdendo-a? Como me envolvo para resolver os diversos conflitos presentes no mundo hoje, inclusive perto de cada um, cada uma de nós?
São muitas as perguntas que deveríamos responder para avançar em uma dinâmica decisiva para o futuro da humanidade. Uma humanidade sem esperança está abocada ao fim, aos poucos irá perdendo as motivações para continuar lutando pela vida. O caminho é aprender com aqueles que se comprometem com a utopia de um mundo melhor. Eles nos mostram que a esperança é a última que morre, uma atitude que deveria nos contagiarmos até fazer de nós homens e mulheres que entendem a vida movidos pela esperança.
Missionário Espanhol e assessor de comunicação do Regional Norte 1 da CNBB*