O relatório da ONU reconhece que o Brasil apresentava progressos significativos no âmbito dos índices de desenvolvimento humano, porém a pandemia do coronavírus fez o país retroceder nas questões sociais e econômicas. Algo, que de acordo com os especialistas envolvidos no estudo, aconteceu com todas as nações com maior desigualdade social. Os resultados apontam vulnerabilidades estruturais e questões delicadas no enfrentamento da crise econômica, sanitária e social que atingiram os países no período pandêmico.
De acordo com o sociólogo, Luiz Antônio, a demora na ação governamental e o atraso nas vacinas colaboraram para o cenário diagnosticado no relatório.
Os dados apresentados são preocupantes. Na saúde, até setembro de 2021 o número de mortes ficou acima de 4,5 milhões. Quando o assunto é economia, tivemos a maior retração econômica mundial com reflexos no Brasil. Já na educação, as desigualdades foram acentuadas com estudantes fora da escola, sem acesso à internet e com aumento de evasão escolar. Luiz Antônio destaca que crianças e jovens ficaram sem acesso ao conhecimento e com fome.
Antes da pandemia, 13,5 milhões de brasileiros viviam abaixo da linha da extrema pobreza e mais de 40% dos trabalhadores estavam na informalidade. Situação que foi agravada com a crise econômica por conta da Covid-19. O sociólogo Luiz Antônio aponta o corte de verbas em programas sociais como indicativo para este cenário.
Dados do relatório da ONU também apontam que o Brasil tinha 75,9% da população dependendo do sistema público de saúde. A demanda aumentou com a pandemia e o colapso no SUS e rede privada mostrou a fragilidade do país nesta área.
Tanoa Freitas – Rádio Rio Mar
Foto: Banco Mundial/divulgação