Deputado Saullo Vianna, ex-prefeito e vice de Presidente Figueiredo são alvos de operação policial

O deputado estadual Saullo Velame Vianna (PTB), o ex-prefeito Romeiro Mendonça, o ex-vice-prefeito Mário Jorge Bulbol Abrahaão; o ex-secretário municipal de finanças de Presidente Figueiredo e ex-presidente da Comissão Permanente de Licitação, Jander de Melo Lobato, além de entre outros servidores públicos e empresários foram alvos da operação “Cachoeira Limpa”, nesta segunda-feira (15/02), que apura desvio de R$ 23 milhões de dinheiro público dos cofres da prefeitura de Presidente Figueiredo, entre 2017 e 2020, durante gestão do prefeito Romeiro José Costeira Mendonça.

O Ministério Público Estadual, através do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriu ordem judicial de busca e apreensão para buscar provas que comprovem os crimes de fraude à licitação, peculato, lavagem de dinheiro formação de organização criminosa cometidos pelos investigados.

Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e 12 de buscas pessoais, nas cidades de Presidente Figueiredo, Parintins e Manaus, através de 80 policiais.

Conforme as investigações do Ministério Público, os investigados combinaram de frustrar ou fraudar o caráter competitivo de licitações, com o intuito de enriquecer ilicitamente. A suspeita é que, para encobrir o desvio do dinheiro público, os investigados criaram ou compraram, em Manaus/AM, empresas, as quais eram controladas de forma oculta pelo deputado Saullo Vianna, que na época era cunhado de Mário Jorge Bulbol Abrahaão, quem se valeu de ‘laranjas’ para a constituição do quadro societário.

O Ministério Público requereu ainda a prisão do deputado Saullo Vianna, do ex-prefeito, do ex-vice-prefeito, do secretário municipal de finanças, do presidente da Comissão de Licitação e dos empresários Rosedilse de Souza Dantas, sócia da empresa RAV Construções e Transporte, atual INCAS Construções; Márcio Frota Barroso, sócio da empresa Engefort Construções, atual Diretriz Engenharia; Paulo Sampaio da Silva, sócio da empresa Amsterdam/SVX Serviços, atual Porto Serviços Profissionais, da qual o deputado Saullo Vianna atuava como procurador, em substituição à genitora dele, Célia Vianna, entre outros. O Ministério Público também requereu o afastamento do cargo do deputado, mas a justiça negou os pedidos.

Os relatórios financeiros obtidos através da quebra do sigilo bancário autorizada pela justiça revelam relação suspeita entre as empresas que participaram das mesmas licitações em Presidente Figueiredo. Uma empresa paga a conta da outra  e todas elas pagam as contas pessoais do deputado Saullo Vianna e da mãe dele, Célia Vianna.

Conforme o Gaeco, a organização criminosa teve início em Parintins, no ano de 2010, e já foi capaz de eleger um deputado estadual e um vereador na cidade de Manaus.

As investigações do GAECO estão na fase final e logo serão remetidas ao Poder Judiciário.

A Rádio Rio Mar ainda aguarda manifestação dos investigados.

Até as 10h31 desta segunda-feira (15/02), apenas Saullo Vianna havia se pronunciado. Confira a nota oficial na íntegra, abaixo:

“Hoje aconteceu nova fase de uma investigação que apura denúncias de 2017. Acredito na Justiça do meu Estado, estou à disposição para colaborar, pois sou o maior interessado em que tudo seja esclarecido. Até agora nada foi comprovado.

Uma das principais atribuições de um deputado estadual é fiscalizar a aplicação do dinheiro público. Fui eleito em 2018 e meu mandato tem sido vigilante quanto a esta função, além de ter me caracterizado por atuar em defesa dos cidadãos do interior do Amazonas, em especial os mais carentes.

Já acionei minha equipe jurídica para que tome conhecimento sobre o que está sendo investigado e possamos dar nossa total colaboração para que tudo seja esclarecido. Não abro mão de trabalhar com transparência de todos os meus atos como parlamentar.

Nesse momento crítico de pandemia, sigo meu trabalho como deputado estadual ajudando as pessoas do interior e da capital.

Saullo Vianna
Deputado Estadual”

Com informações do Ministério Público do Estado do Amazonas

Foto: Samuel Costa/Divulgação Aleam