Com mais de três meses de atraso, conforme decreto assinado no dia 22 de julho, que determina divulgação de relatórios a cada 30 dias, a prefeitura de Manaus apresentou resultado parcial dos mais de quatro meses de intervenção financeira no sistema de transporte público coletivo da capital. Os dados, porém, apontam aquilo que os usuários do sistema já sabem: falta renovação da frota.
Segundo o interventor Francisco Bezerra, as situações mais críticas são a falta de renovação na frota, o aumento no preço do combustível e o crescimento do transporte por aplicativos, que reduzem a quantidade de usuários do modal convencional. Ele também disse que foram identificadas fraudes no sistema de gratuidade.
Francisco Bezerra afirmou que foram analisados documentos e planilhas a partir de novembro de 2018 e que há aumento de R$ 13 milhões nas despesas apenas com o combustível, porque além do diesel ter ficado mais caro no período, os ônibus antigos consomem mais.
O secretário municipal de Articulação Política, Luís Alberto Carijó, sugeriu a criação de um Fundo de Transportes, a partir de multas das empresas que não cumprem os contratos, do aluguel de propagandas nos coletivos e outras formas de captação para compensar as gratuidades e a meia-passagem dos estudantes. Carijó ainda defendeu que a secretaria de assistência social pague pelo deficiente que usa gratuidade e a escola pague pelo estudante que usa o transporte.
Em razão do descumprimento dos prazos estipulados em decreto redigido por ela própria, a prefeitura de Manaus, quanto a apresentação mensal de relatórios, o Ministério Público do Estado tem acompanhado os trâmites e exigido compromisso através de inquérito civil.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Marinho Ramos / Semcom