A taxa de desocupação ficou em 12,4% no trimestre fechado em fevereiro, acima dos 11,6% registrados no período encerrado em novembro pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (29), pelo IBGE. O aumento representou a entrada de 892 mil pessoas na população desocupada, totalizando 13,1 milhões de trabalhadores nessa condição. Até o final de dezembro, os desocupados somavam 12,2 milhões no País. Já a taxa composta de subutilização da força de trabalho ficou em 24,6%, somando 27,9 milhões de pessoas, pico da série histórica iniciada em 2012.
O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os desocupados, os subocupados com menos de 40 horas semanais e os que estão disponíveis para trabalhar, mas não conseguem procurar emprego por motivos diversos.
“A desocupação voltou a subir, mas não é a maior da série. Neste mesmo trimestre, a maior foi de 13,2%, em 2017. Esperava-se que ela fosse subir, é um aumento que costuma acontecer no começo do ano”, explicou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
“A população ocupada teve uma queda de 1,06 milhão de pessoas, sendo 1,02 milhão somente de empregados. No setor privado tivemos uma perda de 496 mil ocupados, enquanto no setor público eles foram 453 mil a menos”, complementou.
O número de pessoas desalentadas, que chegou a 4,9 milhões, também é recorde da série, assim como percentual de desalentados, de 4,4%. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, foram mais 275 mil pessoas nessa condição.
“Dado que o desemprego chegou neste nível tão alto, isso alimenta o desalento também. Essas pessoas não se veem em condições de procurar trabalho”, explicou Cimar.
Em relação aos grupos de atividades, a Administração Pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (15,9 milhões de pessoas), a Indústria (11,67 milhões de pessoas) e a Construção (6,65 milhões de pessoas) foram os setores que tiveram a maior queda de ocupados: 574 mil, 198 mil e 155 mil pessoas a menos, respectivamente, na comparação com o trimestre encerrado em novembro. Já o setor de Transporte, armazenagem e correio (4,8 milhões de pessoas) foi o único que teve aumento na população ocupada (mais 133 mil pessoas).
“Essa perda no grupo de Administração Pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais se deu, basicamente, na educação, que perdeu 470 mil de pessoas. Esse processo também afeta muito o empregado sem carteira, principalmente na construção e indústria”, encerrou Cimar.
Outro indicador que atingiu o pico da série iniciada em 2012 foi o rendimento médio mensal real, que ficou em R$ 2.285, aumento de R$ 35 em relação ao trimestre encerrado em novembro.
Fonte: IBGE