O Amazonas enfrenta uma das maiores cheias da história. Ao todo, já são mais de 50 municípios que sofrem com as consequências da enchente, e mais de 400 mil pessoas afetadas, de acordo com a Defesa Civil. Além de desabrigar famílias e alterar a rotina da população, os prejuízos da subida das águas se estendem para outros setores, como a agricultura, que é uma das principais fontes de renda das famílias no interior do Estado e na zona rural de Manaus.
As perdas agrícolas ocasionadas pela enchente de 2022 apontam o número de R$ 31 milhões, no Estado. O levantamento foi produzido pela Secretaria de Estado de Produção Rural com o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas.
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Segundo o relatório, esse prejuízo milionário se refere apenas a oito dos 58 municípios atualmente em situação de emergência ou alerta por causa das cheias. O maior destaque é para Manacapuru, que fica na Região Metropolitana de Manaus que, sozinho, já soma perdas equivalentes a R$ 18,6 milhões, o que representa 60% do total de danos na agropecuária do Amazonas nesta enchente.
O agricultor e presidente da Associação Comunitária Agrícola São Francisco do Caramuri, Daniel Leandro da Silva, explica que a região é formada por dois tipos de áreas geográficas, a área de terra firme (que geralmente não alaga) e a área de várzea, que é comum alagar todos os anos.
Ainda segundo Daniel, muitas famílias ficam em situação de vulnerabilidade social, dependendo da assistência do estado e do apoio do município. Aqueles que têm uma propriedade na área de terra firme conduzem a parte de criação e continuam gerando renda de certa forma, porém com um nível muito reduzido. Aqueles que não têm, a alternativa é ficar na própria residência, esperar o rio secar novamente para retornar os plantios e recomeçar todo o ciclo de produção.
Na capital, o nível do Rio Negro nessa segunda-feira, chegou a 29,66, de acordo com o Porto de Manaus.
Yuri Bezerra, Rádio Rio Mar