De 1º a 30 de abril de 2020, Manaus registrou 2.435 óbitos nos cemitérios públicos da cidade, incluindo sepultamentos e o recém-iniciado serviço gratuito de cremação. No mesmo mês de 2019, a quantidade de enterros foi 871. Os números, que mostram aumento de 179,5% considerando o comparativo, foram divulgados ontem, pela Prefeitura de Manaus.
Segundo o secretário municipal de Limpeza Urbana, a Semulsp, órgão que gerencia os cemitérios públicos, o total impressiona por não haver precedente similar. No entanto, ele espera um número ainda maior em maio em virtude do pico da pandemia pelo novo coronavírus. “Infelizmente, mais de quatro mil mortes são esperadas nos próximos trinta dias, considerando o pico de 142 enterros em um único dia. Não será fácil”, avaliou Paulo Farias.
Os números de abril deste ano também apontam que, de 1º a 10, a média de sepultamentos por dia estava dentro da média considerada normal, registrando 38 enterros/dia. De 11 a 20, a média subiu para 81/dia, sendo que a partir de 19/4 mais de 100 sepultamentos foram registrados em menos de 24h. Por fim, de 21 a 30, a média diária subiu para 124, sendo que o dia 26 foi o dia que mais registrou enterros e cremações, serviço iniciado no dia anterior, 25.
Na média diária geral do mês de abril de 2020, são 81 sepultamentos dia, quase o triplo do registro de 2019, com média de 29/dia. Além disso, nos meses de janeiro, fevereiro e março, as médias diárias são de 29, 27 e 28. Logo, o número total de abril é quase a soma dos três primeiros meses do ano, com 2.585 enterros. De 1º de janeiro a 30 abril, já são 5.018 registros de enterros e cremações nos cemitérios públicos de Manaus este ano.
Manaus possui dez cemitérios públicos, sendo seis na área urbana e quatro na zona rural. Desses, somente o Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã, zona Oeste, possui capacidade para novas sepulturas. Nos demais, só é possível realizar enterros se a família da pessoa morta já possuir uma sepultura no local.
Causas da morte
Dos 985 sepultamentos ou cremações registradas no período de pico funerário neste mês, entre os dias 23 e 30 , menos de 10% (88) tiveram como causa na certidão de óbito a Covid-19. O número, porém, pode ser muito maior do que o registrado se considerar mortes por outras causas, como síndromes ou insuficiência respiratórias, principais sintomas da Covid-19. É o caso de 393 sepultamentos ou cremações no mesmo período. Além disso, 264 pessoas morreram, neste período, em domicílio, sem conseguir atendimento e nem testar para a Covid-19 nos hospitais da rede estadual.
Informe funerário
Na quinta-feira, 30, os cemitérios públicos de Manaus registraram 113 sepultamentos e duas cremações. Do total, 115 óbitos, 31 foram em domicílio, dez têm como causa Covid-19 e 55 causas respiratórias. Além disso, começaram a ser contabilizados os enterros dos cemitérios privados, que somaram 35, sendo 31 no “Recanto da Paz”. Logo, o total é de 148 registros.
Outro dado curioso, é que do número de enterros, 23 aconteceram no cemitério São João Batista, bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul, algo nunca antes registrado na história, visto que no local só há enterros de famílias que têm jazigos. Outro dado é que, ainda do total de óbitos, 29 foram atendidos pelo serviço SOS Funeral, da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc).
Com informações da Assessoria.
Foto: Divulgação/Semcom