Câncer de mama: mulheres adiam diagnóstico e mastectomia começa a crescer

Pacientes com Câncer de Mama estão chegando com tumores maiores nas cirurgias. Essa é uma constatação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e a explicação está na redução do número de mamografias e procedimentos realizados nos dois anos da pandemia no Brasil. Assim como em outros casos de Câncer, a gravidade da doença aumenta proporcionalmente à demora do diagnóstico, o tratamento fica mais agressivo e o risco de morte aumenta.

O cirurgião plástico Alfredo Duarte explica que muitos pacientes que teriam inicialmente a indicação apenas de uma ressecção pequena da lesão ou da retirada da glândula, sem envolver pele e auréola, tiveram que retirar mais tecido e fazer a radioterapia, o que impacta diretamente no resultado estético e na recuperação.

A mastologista Karina Furlan ressalta que a mamografia e o autoexame das mamas são fundamentais para mulheres acima dos 40 anos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o autoexame é indicado como autoconhecimento em relação ao próprio corpo, mas não deve substituir os exames realizados ou prescritos pelo médico, já que muitas lesões, ainda pequenas, não são palpáveis.

Dados

As estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que em 2022, cerca de 66 mil novos casos de câncer de mama serão diagnosticados no país. No município de Manaus são estimados 580 casos em 2022, colocando-o como o terceiro tipo de câncer em incidência, atrás apenas do câncer do colo do útero e do de pele não melanoma.

O Sistema de Informação de Câncer (Siscan) da Semsa indica que, de janeiro a agosto de 2022, foram realizadas 13.611 mamografias, sendo que desse número, 11.737 exames foram realizados em mulheres na faixa etária de rastreio (de 50 a 69 anos). Do total de 147 biópsias realizadas nos SDMs, 52 procedimentos deram resultado maligno.

O “Outubro Rosa” é um movimento mundial que visa fortalecer todas as ações para o controle do câncer de mama, já realizadas ao longo do ano, para proporcionar o diagnóstico precoce da doença, que aumenta consideravelmente as chances de cura. Os exames de prevenção devem ser realizados por mulheres de 50 a 69 anos, e por todas as pessoas, homens e mulheres, que apresentem algum tipo de alteração mamária, como nódulos, inchaço ou secreções.

Hiolanda Mendes – Rádio Rio Mar

Fotos  Divulgação/Semsa