Um barco de pesquisa e monitoramento ambiental foi inaugurado no município de Iranduba, interior do Amazonas nessa terça-feira (15/03). A embarcação faz parte do Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Amazonas.
O objetivo é desenvolver estudos que permitem entender efeitos físicos, químicos e biológicos da água em decorrência das atividades humanas e de possíveis fenômenos naturais, como as chuvas e o regime de estiagem sazonal, característicos da região amazônica.
Segundo o governador do Estado, Wilson Lima, o barco vai ajudar a solucionar questões em diversos aspectos socioeconômicos.
“Vai ser fundamental na questão ambiental e para dizer qual o caminho que a gente tem que seguir e quais políticas públicas a gente tem que implementar para melhorar essa proteção ao meio ambiente. Mas vai muito além, porque perpassa questões que são fundamentais para nossa sobrevivência, como a questão econômica, a questão social, a saúde. É importante saber a qualidade da água que tem nesse rio”, disse.
Para o presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, Juliano Valente, a chegada da embarcação coloca o Estado em uma nova posição na ciência e tecnologia.
“Hoje nós temos uma divergência muito grande nos parâmetros que estão nas resoluções do CONAMA com as características reais da qualidade da água, das águas amazônicas. As pesquisas desenvolvidas ajudarão a dirimir, a diminuir essas divergências de parâmetros”, explicou.
Ouça a reportagem em áudio:
Nesta primeira fase, a embarcação deve percorrer toda a orla da capital, com foco nos corpos d’água da região metropolitana (bacia hidrográfica dos rios Tarumã-Açú, Tarumã Mirim, São Raimundo, Educandos e Puraquequara). Futuramente, o projeto deve ser estendido aos demais rios do estado. O cronograma prevê quatro expedições anuais, duas na cheia e duas na vazante.
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Por meio de Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Ipaam, o barco será cedido à Universidade do Estado do Amazonas (UEA) para o trabalho de monitoramento da qualidade das águas dos rios. A embarcação foi cedida por uma distribuidora do setor petroleiro e conta com quatro laboratórios e demais espaços para o trabalho de pesquisadores.
O barco conta com 28 metros compostos por quatro laboratórios e cinco camarotes dispostos, com capacidade para atender 10 pesquisadores, incluindo seis marinheiros, uma sala de reuniões e uma cozinha, além de um refeitório, uma lavanderia, sala de reuniões e palestras e uma ponte de comando. A embarcação recebeu o nome de ‘Roberto dos Santos Vieira’, um dos primeiros idealizadores do primeiro curso de Pós-Graduação em Direito Ambiental da UFAM.
Rebeca Beatriz – Rádio Rio Mar
*Com informações da Assessoria de Imprensa