Por Mário Ricardo – Especialista em Gestão de Trânsito

O trânsito da capital amazonense segue registrando um número alarmante de acidentes envolvendo motociclistas. Em praticamente todos os dias, novas ocorrências são registradas, muitas delas com vítimas graves ou fatais. A combinação de imprudência, desrespeito às leis de trânsito e falta de infraestrutura adequada tem tornado as ruas de Manaus um espaço cada vez mais perigoso para quem utiliza a motocicleta como meio de transporte ou trabalho.

O professor e especialista em trânsito Mário Ricardo Carvalho alerta que a situação requer atenção urgente e um esforço conjunto entre autoridades, condutores e sociedade. Segundo ele, o comportamento no trânsito reflete diretamente a cultura e a consciência coletiva de uma cidade.

“A motocicleta é um veículo que exige responsabilidade e atenção redobrada. O motociclista está mais exposto e vulnerável, e qualquer deslize — seja dele ou de outro motorista — pode resultar em tragédia. Por isso, a prudência precisa ser prioridade absoluta”, explica o especialista.

Dados recentes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AM) e da Polícia Militar mostram que boa parte dos acidentes em Manaus envolve motociclistas com idades entre 18 e 35 anos — muitos deles profissionais de entrega, que passam horas no trânsito sob pressão por prazos e produtividade. Para Mário Ricardo, esse cenário é reflexo de uma realidade social mais ampla.

“Temos uma frota crescente de motocicletas e, ao mesmo tempo, um trânsito que não está preparado para acolher com segurança esse aumento. É preciso investir em educação viária, em campanhas permanentes e também em infraestrutura que garanta o direito de ir e vir de forma segura”, defende.

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O especialista ressalta que pequenas atitudes podem fazer grande diferença no dia a dia: respeitar os limites de velocidade, usar os equipamentos de proteção, manter a distância segura e evitar manobras arriscadas são práticas que salvam vidas.

“Mais do que obedecer a regras, é preciso compreender o valor da vida. No trânsito, a empatia é um ato de cidadania. Cada motorista, motociclista ou pedestre tem um papel importante na construção de uma mobilidade mais humana”, reforça Mário Ricardo Carvalho.

Além da conscientização individual, ele destaca a importância de políticas públicas consistentes voltadas à segurança dos motociclistas, incluindo maior fiscalização, programas de capacitação para condutores e melhorias estruturais nas vias.

“Não se trata apenas de punir, mas de prevenir. Precisamos transformar o trânsito de Manaus em um espaço de respeito, responsabilidade e convivência. A mudança começa com cada um de nós”, conclui o professor.

*Quem é Mário Ricardo Carvalho

Mário Ricardo Carvalho é palestrante, professor, educador e especialista em trânsito na área de Mobilidade Urbana com expertise em Legislação de Trânsito. É autor da palestra: “O Preço da Imprudência ”, com foco na educação e conscientização para um trânsito mais seguro.