A ONU publicou, nesta segunda-feira (9), o relatório da IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), o mais importante desde 2014, que mostra que o aquecimento global está se desenvolvendo mais rápido do que o esperado e que praticamente tudo é consequência das atividades humanas.
Segundo o IPCC, elevação do nível dos mares, derretimento de calotas polares e outros efeitos do aquecimento global podem ser irreversíveis durante séculos e são “inequivocamente” impulsionados por emissões de gases que causam o efeito estufa da atividade humana.
O relatório estima que o limite de +1,5ºC de aquecimento global em relação à era pré-industrial vai ser alcançado em 2030, dez anos antes do previsto, fato que produzirá eventos climáticos extremos “sem precedentes”.
O IPCC, organização de 195 governos, chegou ao novo relatório a partir de análises durante três anos de 14 mil estudos científicos com revisões pelos pares.
O relatório destaca a responsabilidade humana por ondas recordes de calor, secas, tempestades mais intensas e outros eventos extremos de temperatura vistos pelo mundo nos últimos anos. Ele também detalha melhor estimativas de quão sensível é o clima a níveis crescentes de gás carbônico e outros gases estufas na atmosfera.
Na avaliação do secretário-geral da ONU, António Guterres, a publicação é um verdadeiro “alerta vermelho” para a humanidade e “deve pôr fim” às energias fósseis.
O dirigente também reivindicou que não se construam mais usinas térmicas a carvão a partir de 2021 e para limitar novas explorações e a produção de energias fósseis, transferindo suas subvenções às energias renováveis.
O secretário-geral também pediu aos líderes mundiais que a cúpula do clima COP26 de novembro, em Glasgow (Reino Unido), seja um “sucesso” para levar a uma redução na emissão de gases estufa. “Se unirmos nossas forças agora, podemos evitar a catástrofe climática. Mas como o relatório de hoje diz claramente, não há tempo a perder, nem lugar para desculpas”, acrescentou.
Fonte: Agência Brasil
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