A apuração do festival acontece nesta segunda-feira (1º), às 14h, no Bumbódromo. O boi-bumbá vencedor será aquele que acumular o maior número de pontos na soma de todos os blocos durante as três noites de apresentações.
Confira como foram as três noites de apresentação:
Primeira noite
Na abertura do 57º Festival de Parintins, na última sexta-feira (28), o Boi Caprichoso, com o tema “Cultura – O Triunfo do Povo”, apresentou o subtema “Raízes: O Entrelaçar de Gentes e Lutas”. O espetáculo destacou as tradições e a história do boi-bumbá azul, emocionando o público.
O Touro Negro encantou o público com uma performance aérea, trazendo o apresentador Edmundo Oran, o levantador de toadas Patrick Araújo e o boi içados por um guindaste.
O espetáculo contou com alegorias gigantes, toadas tradicionais e entradas marcantes, como a da cunhã-poranga Marciele Albuquerque, que encantou ao se transformar em serpente, com a lenda amazônica “A Dona da Noite”, obra do artista Roberto Reis.
Com o tema da primeira noite “Menina dos Olhos do Mundo”, como parte do projeto “Segredos do Coração”, o Boi Garantido encerrou o primeiro dia do 57º Festival de Parintins, na madrugada do último sábado (29). Este ano, as apresentações aconteceram nos dias 28, 29 e 30 de junho.
O presidente do Boi-bumbá Garantido, Fred Góes, destacou a importância de todo o corpo artístico para fazer um espetáculo tranquilo e pronto para a disputa do 33º título este ano.
O coração está louco para revelar os grandes segredos. Posso dizer que o coração está bem, fechando a primeira noite sem nenhum estresse e com a nossa galera pronta para explodir. O artista é o vetor de todos nós, porque é ele quem nos anima e nos coloca para o alto, declarou o presidente do Boi Garantido, Fred Góes.
A primeira noite conduziu na arena a origem da vida, com base na resistência e sabedoria de uma das maiores nações indígenas do Brasil: os Sateré-Mawé.
Segunda noite
O Boi-bumbá Caprichoso abriu a segunda noite do 57º Festival de Parintins, no sábado (29), exaltando os povos indígenas e ribeirinhos com o tema Tradições: O Flamejar da Resistência Popular. O Touro Negro encantou o público com alegorias surpreendentes, mesclando toadas novas e antigas.
O boi azulado levou para a arena três alegorias que deixaram o público encantado. A Figura Típica homenageou o Pescador da Amazônia, com cores e movimentos cheios de detalhes, criação dos artistas Márcio Gonçalves e Marlucio Pereira.
O espetáculo do Boi Caprichoso foi finalizado com o Ritual Indígena, Rito de Transcendência Marubo. A alegoria do artista Kennedy Prata trouxe a apresentação do Pajé Erick Beltrão.
Na segunda noite de apresentações do 57º Festival de Parintins o Boi Garantido encerrou a festa levando o tema ‘A Cidade de Lindolfo’, como parte do projeto ‘Segredos do Coração’.
Dentro do Bumbódromo, o boi vermelho e branco levou a materialização do sonho do criador. No conjunto do espetáculo, o cultivo da dança, do canto e da brincadeira de boi-bumbá foram apresentados para a galera, que foi ao delírio com os módulos alegóricos e itens.
Um dos grandes momentos da noite foi a aparição do icônico ‘Belezão’, um Boi Garantido gigante, que solta uma essência de patchouli pela arena. O apelido surgiu na sua primeira aparição, em 1985, quando o bumbá apareceu majestoso na arena e fez a galera o apelidar de ‘Belezão’. A última aparição dele foi em 2018.
Última noite
Na terceira e última noite do 57º Festival de Parintins, o Boi Garantido abriu a festa com o tema ’O Futuro é Ancestral’, como parte do projeto ‘Segredos do Coração’.
Inspirado no escritor indígena Ailton Krenak, quando diz que “O futuro é ancestral”, o boi-bumbá Garantido levou como narrativa os olhos para o futuro e o respeito e reconhecimento dos saberes dos povos ancestrais.
Um dos grandes momentos da noite foi o Ritual Indígena, que apresentou o rito ‘Jeroki Kaiowá’, do povo Guarani dos Kaiowá, renovando o exemplo de esperança, mesmo com o território do seu povo invadido por fazendas, desmatado e com rios destruídos.
O Boi Caprichoso fechou a última noite do 57º Festival de Parintins, levando para a arena o apelo contundente em favor da proteção da floresta e dos povos originários, a partir do tema “Saberes, o Reflorestar das Consciências”.
A primeira alegoria foi ‘Lenda Amazônica’, apresentando ao público a história do povo Macurap, que enfrentou uma grande alagação e teve a missão de proteger o povo da floresta. A obra do artista Alex Salvador foi destaque, com efeitos e detalhes, transformando a arena numa grande floresta.
Dando ênfase aos saberes tradicionais e crenças populares, o item ‘Figura Típica Regional’, concebida pelos artistas Makoy Cardoso e Nei Meireles, levou para o bumbódromo os Sacacas, Curadores da Floresta, que retrataram o poder da cura das ervas medicinais que ultrapassam os limites da ciência.
Com informações da assessoria
Fotos: Divulgação