APP lançado em Manaus não foi hackeado e indicava tratamento precoce, aponta perícia do TCU

Técnicos da secretaria de Fiscalização em Tecnologia da Informação do Tribunal de Contas da União (TCU) concluíram que o aplicativo TrateCov, lançado pelo Ministério da Saúde no dia 11 de janeiro, em Manaus, não sofreu nenhum ataque hacker e recomenda dosagens iguais de medicamentos ineficazes contra Covid-19.

Os técnicos identificaram ainda que: “quaisquer dois sintomas são suficientes para o aplicativo exibir o diagnóstico ‘Provável diagnóstico de COVID-19’, como por exemplo, dor de cabeça e náuseas, lombalgia, dor em coluna toráxica ou ainda dor de garganta e dor em membros inferiores, e consequentemente, ocorrer a sugestão de prescrição de medicamentos do denominado tratamento precoce”.

A inspeção técnica também revelou que, quando recomendo tratamento precoce, o Tratecov apresenta sempre a mesma lista de sete medicamentos: Disfosfato de Cloroquina, Hidroxicloroquina, Ivermectina, Azitromicina, Doxiciclina, Sulfato de Zinco e Desametazona. E a posologia (dose e frequência de uso) sugerida é sempre a mesma para quatro delas:– Disfosfato de Cloroquina, Hidroxicloroquina, Azitromicina e Doxiciclina.

O assunto foi levado ao TCU pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, após tanto o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, quanto a secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmarem em depoimento no Congresso que o aplicativo havia sido hackeado.

De acordo com o TCU, o assunto é objeto de processo em tramitação, de relatoria do ministro Vital do Rêgo, pautado para a sessão plenária desta quarta-feira (28), com início marcado para 13h30. Ainda conforme a corte de contas, as conclusões mencionadas na matéria não são decisão oficial do TCU, mas um posicionamento da unidade técnica, que ainda será apreciado pelo relator e pelo plenário.

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Herick Pereira/Secom