Discutir e apontar novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral é o desafio de 185 membros da Assembleia, entre bispos, auditores, homens e mulheres e o Papa Francisco, a partir deste domingo (06), no Vaticano. O Sínodo para a Amazônia vai até o dia 27 deste mês e, ao final, é elaborado um documento não vinculante, que é votado e se torna público no último dia. A partir dele, o Papa faz uma exortação pós-sinodal, que tem previsão de ser publicada entre março e abril do ano que vem, segundo o Assessor da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), o Pe. Luis Modino, que está no Vaticano.
Ele lembra que a resistência de pequenos grupos sobre a temática da assembleia representa aversão a mudanças que podem beneficiar o povo.
A assembleia sinodal vai esmiuçar o Instrumentum Laboris, o documento de trabalho elaborado a partir de um vasto processo de escuta, iniciado em outubro de 2017, quando o Papa Francisco anunciou a convocação de um sínodo especial para a Amazônia.
O Instrumentum está dividido em três partes: o primeiro é “A voz da Amazônia”, com a descrição da realidade do território e dos povos; a segunda é “Ecologia integral: o clamor da terra e dos pobres”, com a problemática ecológica e pastoral; e a terceira é “Igreja profética na Amazônia: desafios e esperanças”, com a problemática eclesiológica e pastoral.
Convidada pelo Papa Francisco para ser uma dos 55 auditores da Assembleia Sinodal, a irmã Rose Bertoldo, que já está no Vaticano, vê o Sínodo como uma oportunidade de intensificar e reafirmar a missão da igreja na Amazônia.
Nesta sexta-feira (04), foi celebrada nos Jardins Vaticanos, a Amazônia no Vaticano: a festa de São Francisco. O Papa Francisco consagrou o Sínodo ao santo de Assis e o relator-geral da assembleia, cardeal Cláudio Hummes, participou com uma reflexão sobre “O papel de São Francisco como modelo e santo padroeiro do Sínodo para a Amazônia”.
Conforme o Instrumentum Laboris, a Amazônia está sendo disputada por várias frentes. Uma responde aos grandes interesses econômicos, ávidos por petróleo, gás, madeira, ouro e monoculturas agroindustriais. Outra é o conservacionismo ecológico que se preocupa com a natureza, mas ignora os povos amazônicos.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar