Um deputado do AM assina PEC para abolir jornada de trabalho 6×1; partidos de direita são contra

Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a jornada de trabalho conhecida como 6×1, na qual o trabalhador precisa trabalhar seis dias para ter direito à uma folga, foi apresentada na Câmara dos Deputados e precisa de, pelo menos, 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores para ser aceita. Até esse domingo, o projeto tinha 71 subscrições de deputados federais e apenas um amazonense aderiu, Saullo Vianna (União Brasil).

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Na última quinta-feira, o tema ficou entre os assuntos mais comentados das redes sociais.

O Partido dos Trabalhadores (PT) tem uma bancada de 68 parlamentares, dos quais 37 assinaram. Toda a bancada do Psol, de 13 deputados, assinou. Quatro dos sete do PCdoB também aderiram. Do União Brasil, que tem 59 cadeiras, apenas quatro assinaram. Do Partido Liberal (PL), que tem 93 deputados, apenas um assinou. O PP tem 47 representantes e apenas uma assinatura. O PSD tem apenas duas adesões entre 44 parlamentares e o Republicanos apenas uma também entre 44 deputados.

A autora da proposta é a deputada Erika Hilton (PSOL-SP). Ela defende a discussão da jornada de trabalho 6×1 e pede oportunidade para que os trabalhadores tenham a oportunidade de falar.

De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2023 houve concessão de 288.041 benefícios por incapacidade devido a transtornos mentais e comportamentais no Brasil. Uma pesquisa da It’sSeg Company, corretora de benefícios, identificou que saúde mental foi a segunda principal causa de afastamento de trabalhadores no Brasil, em 2023, atrás apenas dos acidentes de trabalho com lesões.

Em 2019, por exemplo, a Microsoft testou um modelo de quatro dias úteis de trabalho por semana em um país famoso pelo excesso de trabalho, o Japão, e informou que o faturamento por funcionário aumentou 40% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Divulgação