O Amazonas tem 5.081 escolas públicas de educação básica, das quais 49% não têm acesso à internet e 83,5% não têm sequer laboratório de informática. Essa é a constatação do Anuário da Educação 2024, que reúne dados públicos sobre educação brasileira do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Educação, além de análises das informações.
Conforme o relatório, publicado nessa quarta-feira (13), ainda há 8% das escolas sem água potável e 93% dos estabelecimentos educacionais não têm rede de esgoto. Além disso, o estudo mostra que quase 19% dos colégios não têm banheiros e 86% das escolas também não têm quadras de esportes.
Com essa realidade de infraestrutura, o Amazonas está distante das médias nacionais.
O Anuário aponta que 88,6% das escolas de educação básica do País têm acesso à internet, enquanto no Amazonas são 51%. São também 29% de colégios com laboratórios de informática, enquanto no Estado o índice não chega a 17%. Da mesma forma, País tem 36% das escolas com quadra de esportes, contudo em território amazonense o total é de 13,7%.
Em relação a saneamento, 47,6% dos estabelecimentos de ensino básico do País têm coleta e tratamento de esgoto e, nas escolas do Amazonas, esse número não chega a 8%.
Médias nacionais do Anuário de Educação em comparação com o Amazonas
O relatório ainda revela que, em âmbito nacional, um em cada três professores de escolas públicas não tem a formação adequada para a disciplina que leciona.
De acordo com o gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Ivan Gontijo, para considerar um professor com formação adequada, ele precisa ser licenciado naquela área. Por exemplo, um professor de química que é licenciado em física e não em química não é considerado adequado para aquela matéria.
O levantamento mostra ainda que, no cenário nacional, considerando tanto as escolas públicas quanto as privadas, 12,8% dos docentes não possuem graduação.
Por fim, o Anuário da Educação Básica mostra que as escolas municipais do Amazonas têm a terceira maior proporção (53,2%) de professores com contratos temporários, atrás apenas das municipais do Acre (53,3%) e de Alagoas (55,5%).
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Orestes Litaiff/Rádio Rio Mar