Ambulantes protestam contra mutirão realizado pela Prefeitura no Centro de Manaus

Uma confusão foi registrada na manhã desta quinta-feira (7), durante a realização de um mutirão da Prefeitura de Manaus no Centro Histórico da capital, próximo ao terminal da Matriz. Ambulantes que atuam na região protestaram contra a ação da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc) e da equipe da Ronda Ostensiva Municipal (Romu), alegando apreensão irregular de mercadorias e agressões físicas.

Ambulantes protestam contra mutirão realizado pela Prefeitura no Centro de Manaus. (Foto: Reprodução)

A ação faz parte do programa “Mutirão no Bairro”, que visa ordenar o espaço urbano, remover estruturas irregulares e recolher alimentos fora dos padrões sanitários, com foco na segurança alimentar e na melhoria da mobilidade. A idosa Maria Raimunda, de 70 anos, afirmou que teve seus produtos apreendidos e denunciou que depósitos de ambulantes teriam sido invadidos.

“Eles chegam, metem o pé no depósito, não trazem autorização, não dizem para quem é. Quando a gente chega aqui, já levaram o nosso carrinho. Eu vendo limão, cebola, tomate…”

Prefeitura intensifica ações de reordenamento no Centro e repudia agressão a servidores municipais. (Foto: Divulgação)

Durante o protesto, manifestantes utilizavam cartazes e cobravam a presença do prefeito de Manaus. Emanoel Silva, que é ambulante no local, relatou que perdeu todo o seu material de trabalho.

“Todos esses órgãos invadiram às 5 horas da manhã, levando nossas coisas de dentro do depósito trancado. A gente nem estava na rua trabalhando, e mesmo assim levaram. Invadiram e levaram nosso carrinho de churrasco. Usaram spray de pimenta na cara de um senhor de 70 anos. Não tem ninguém de lá querendo receber a gente para conversar, para tentar um acordo. Só querem ir pra cima. Nós somos trabalhadores.”

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Segundo o secretário de Segurança Pública de Manaus, Alberto Neto, em um ponto onde eram produzidos sucos e salgados, foram encontrados pombos e ratos.

“Ninguém aqui, por razões óbvias, sai de casa para impedir que um cidadão trabalhe. Acontece que ele não pode, com a justificativa de trabalhar, causar dano à sociedade. Ele pode trabalhar, mas desde que esteja regularizado, que guarde seu carrinho e seus alimentos em um local aprovado pela vigilância sanitária. Ontem mesmo, apreendemos mais de 200 kg de produtos vencidos.”

Prefeitura intensifica ações de reordenamento no Centro e repudia agressão a servidores municipais. (Foto: Divulgação)

No decorrer da operação, parte dos ambulantes reagiu de forma violenta à ação fiscalizatória. Três agentes da Guarda Municipal foram agredidos com pedras lançadas pelos envolvidos na manifestação e sofreram ferimentos.

“Não custa nada as pessoas se regularizarem. Tem ruas aqui que são específicas para os ambulantes trabalharem. Eu tenho três servidores hoje no hospital, um deles com afundamento de crânio, porque saíram de casa para fazer o trabalho deles aqui e acabaram sendo atiçados por outras pessoas a jogar pedra nos policiais.”

Por meio de nota, a Prefeitura de Manaus repudiou a agressão sofrida pelos servidores municipais e reforça que toda intervenção tem compromisso com a saúde pública, o ordenamento urbano e o respeito às normas sanitárias. Os ambulantes podem procurar o Departamento de Comércio Informal, vinculado à Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc), localizado na rua General Glicério, no bairro Cachoeirinha, nos altos do mercado Walter Rayol, portando toda a documentação necessária para a regularização de suas atividades.

Yuri Bezerra, Rádio Rio Mar 

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