Há exatamente uma semana, o Ministério da Saúde anunciou, em entrevista coletiva, em Brasília, a habilitação de 184 leitos e o envio de 581 profissionais para Manaus. Porém, na prática, foram contratados menos da metade dos médicos e enfermeiros (267 no total).
Na última segunda-feira, o ministro da saúde Nelson Teich, inclusive, esteve em Manaus, para visitar hospitais. Em outra entrevista coletiva, Teich informou que de 592 leitos habilitados em todo o País, nesta quarta-feira, apenas 10 são no Amazonas, Estado com maior incidência de casos e taxa de mortalidade por coronavírus no Brasil.
Até o dia 30 do mês passado, quando o Ministério da Saúde habilitou 184 leitos em Manaus, o Amazonas tinha apenas dois custeados pelo governo federal para combate ao Covid-19 e 425 pessoas já haviam perdido a vida por causa do vírus.
Como parâmetro para comparação, o Amazonas, com 186 leitos habilitados, tem incidência de 2.230 casos confirmados e 181 mortes para cada milhão de habitantes. Santa Catarina, que tem taxa de incidência de apenas oito óbitos e 407 casos para cara milhão de habitantes, possui 220 leitos habilitados, 20% a mais do que o Amazonas. O governador de Santa Catarina é Carlos Moisés, do PSL.
Segundo o ministro Nelson Teich, foi importante ter visitado Manaus, no início desta semana, para conhecer a realidade e ainda ver de perto o funcionamento do sistema de ventilação não invasiva, chamada Vanessa.
A Rádio Rio Mar perguntou, na última terça-feira e nesta quinta, do Ministério da Saúde, por e-mail, por que menos da metade dos profissionais prometidos foram enviados. Porém, não houve resposta.
A Secretaria de Saúde do Estado, por meio de nota, explicou que o anúncio de 184 leitos, pelo Ministério da Saúde, não significa um envio de leitos por parte do governo federal ao Amazonas. A habilitação quer dizer que o Ministério da Saúde vai pagar o custeio, por até 90 dias, dos leitos já existentes no Estado.
Ainda segundo a Susam, a portaria para habilitação dos 184 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), no dia 30 do mês passado, garante até R$ 26,4 milhões para custeio e manutenção dos leitos incluídos no plano de expansão da rede estadual para a Covid-19.
A Susam afirma que 100 destes leitos habilitados estão no Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, que saiu de 50 leitos, no início da pandemia, para 103 atualmente. E que hoje, o Delphina funciona com 100% da capacidade instalada, que é de 350 leitos.
Conforme a Susam, outros 80 leitos estão nos hospitais 28 de Agosto, Nilton Lins e Getúlio Vargas.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Divulgação/Secom