Com 213 focos de incêndio em 30 dias, o Amazonas teve o pior mês de junho da história conforme o ‘Programa Queimadas’, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O Estado fechou o primeiro semestre do ano com 390 ocorrências de foco de calor detectadas pelos satélites do Inpe. Ou seja, mais da metade dos incêndios identificados nos seis primeiros meses do ano ocorreram só em junho.
Todas as análises indicam aumento no número de queimadas. No comparativo de junho com maio deste ano, houve disparada de 610% (213 contra 30 incêndios). Na comparação entre junho de 2023 e de 2022, o salto foi de 160% (213 contra 82). Em relação ao semestre, a alta foi de 6% sobre os primeiros seis meses de 2022 e de 74% sobre 2021 (390 contra 368 e 224, respectivamente).
Por outro lado, o monitoramento de avisos de desmatamento do Inpe, através do Sistema Deter, mostra que a degradação provocada por outras artifícios, como derrubada de árvores e mineração, apresenta redução significativa no semestre.
Com dados atualizados até o dia 23 de junho, o monitoramento mostra que a área desmatada no Amazonas diminuiu quase 60% no primeiro semestre de 2023 em comparação com 2022. De acordo com o Inpe, nos primeiros seis meses de 2022 o Estado concentrou 3.805 alertas para uma área desmatada de 1.235,98 km². Já em 2023, até o dia 23 de junho, foram 1.669 avisos e desmatamento de 506,63 km².
Como o monitoramento mostra que o principal problema são as queimadas, o governo do Amazonas iniciou a primeira fase do plano de ação “Aceiro 2023”. O objetivo e combater os focos de incêndios florestais no sul do estado. Ao todo, 74 bombeiros militares e 10 viaturas serão enviados para os municípios de Humaitá, Apuí, Boca do Acre, Lábrea e Manicoré.
De acordo com o Inpe, nenhuma cidade do Amazonas está entre as dez com mais incêndios no Brasil em 2023. Por outro lado, Lábrea, Apuí, Canutama e Novo Aripuanã estão entre as dez com maiores áreas desmatadas em 2023.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Divulgação/Bombeiros