A Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de Manaus, emitiu uma nota de repúdio a respeito da ação de “limpeza social” realizada no dia 26 de maio nas proximidades da Praça dos Remédios, centro da capital amazonense. A operação foi coordenada pela Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc).
Em nota, a pastoral destaca a violação da dignidade humana, já que os itens pessoais dos moradores de rua, como: lençóis, roupas, colchões e documentos pessoais, que foram emitidos em Ações Jurídicas e integradas, foram levados em uma caçamba da operação Orla+Segura promovida pela Semacc.
Na tarde dessa terça-feira, 30 de maio, houve uma reunião promovida pela Secretaria Estadual de Assistência Social (Seas), com a presença de outros organismos, entre eles a Pastoral do Povo da Rua. De acordo com o Assessor Eclesiástico da Pastoral do Povo da Rua, Padre Orlando Barbosa, o diálogo foi frutuoso e a partir de agora serão repensadas as ações para um trabalho em conjunto.
Um morador de rua, que não quis se identificar, teve o colchão, roupas e os documentos levados na ação.
Ouça a matéria em áudio:
De acordo com a Assistente Social na Pastoral do Povo da Rua Siglia Leal, as principais consequências sofridas pelos moradores de rua com a falta de documentação, é o reconhecimento nos atendimentos públicos. Os mesmos não poderão ser atendidos em hospitais por exemplo.
Em um trecho da nota, a pastoral afirma que é necessário articular ações que ajudem as pessoas que estão em situação de rua com propósitos legítimos e humanizados aos sujeitos envolvidos, sem que se faça um “higienismo social” com ações brutais.
Rafaella Moura – Rádio Rio Mar