A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) alerta para a baixa cobertura vacinal contra a febre amarela. Atualmente, Manaus apresenta um índice de 66,04% entre menores de um ano, distante da meta de 05% definida pelo Ministério da Saúde.
Uma das principais doenças endêmicas da região Amazônica pode ser prevenida por meio de imunizante disponível em mais de 170 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), para administração aos nove meses de idade, com dose de reforço aos quatros anos.
Segundo a secretária municipal de saúde, Shádia Fraxe, esse cenário contribui para o risco de ocorrência de novos casos, e orienta pais e responsáveis para que levem seus bebês a partir de nove meses para receber a vacina em qualquer uma das unidades básicas de saúde da cidade.
A cobertura vacinal baixa significa que temos muitas crianças desprotegidas, mesmo sendo a vacina contra febre amarela uma das principais dentro do calendário infantil. A doença pode evoluir para casos graves, com risco de morte, mas é possível evitar isso bastando apenas que os pais levem suas crianças ao posto de saúde, junto com o documento de identificação oficial e a caderneta da criança, para tomar a vacina gratuitamente, afirma Shádia.
Conforme a gerente de Imunização da Semsa, Isabel Hernandes, que a caso a criança não tenha sido vacinada no período recomendado, pode receber as duas doses até os cinco anos de idade, sendo que o intervalo mínimo entre as duas aplicações seja de 30 dias. Em Manaus, a vacina está recomendada para toda a população e deve ser aplicada uma única vez.
Se a pessoa já comprovou uma dose no cartão de vacina, não tem recomendação de tomar mais. A vacina tem uma eficácia de quase 100%. As únicas pessoas com contraindicação para receber a vacina são aquelas acima de 59 anos, que só podem tomar após avaliação médica, e as imunossuprimidas, pois a vacina é produzida a partir de vírus atenuado, relata a gerente.
Casos
No dia 21 de março, a Gerência do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Manaus (Cievs Manaus) informou o caso confirmado de um indígena na faixa etária de 10 a 14 anos, residente na aldeia Jubará, no município de Maraã, distante 634 quilômetros de Manaus.
Já no dia 5 de maio, o Instituto Nacional de Saúde da Colômbia relatou a confirmação de febre amarela de um adolescente de 16 anos, indígena da etnia Kokama, que foi a óbito em abril em Leticia, cidade colombiana na fronteira com o Brasil, vizinha de Tabatinga e próxima de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença e Santo Antônio do Içá.
Doença
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, que evolui rapidamente com gravidade variável, tendo como sintomas febre, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos) calafrios, cefalalgia, lombalgia, mialgias generalizadas, prostração, náuseas e vômitos.
A doença é causada pelo vírus amarílico, transmitido pela picada de mosquitos transmissores infectados, não havendo transmissão de pessoa para pessoa. A transmissão pode ocorrer na forma silvestre, por meio de mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, encontrados em áreas de mata; ou na forma urbana, tendo como vetor o Aedes aegypti, mesmo mosquito que transmite a dengue.
Com informações da assessoria
Fotos: Divulgação / Semsa