A Maternidade Dr. Moura Tapajóz iniciou, em parceria com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, a implantação do método Near Miss, preconizado pela Organização Mundial de Saúde para prevenção da morbimortalidade materna.
Near Miss se refere à mulher que quase morreu, mas sobreviveu a complicações graves durante a gestação, parto ou até nove dias após o término da gestação.
O gerente de enfermagem da maternidade, Everton de Freitas Gomes, explica que o Near Miss é um conjunto de diretrizes e orientações dedicadas aos profissionais que, caso seguidas corretamente, tendem a identificar diferentes complicações que podem comprometer a saúde da gestante.
O método também indica o que os profissionais devem fazer diante dessas complicações. Após a notificação, a investigação dos casos de mulheres que quase morreram, mas foram salvas em tempo oportuno, ficará a cargo do Núcleo de Segurança do Paciente da unidade hospitalar. A previsão é de que as profissionais da Vigilância permaneçam por aproximadamente seis meses na maternidade.
Nesta segunda-feira, 6/2, uma equipe da FVS-RCP/AM deu início ao processo de implantação do método na MMT. A previsão é de que as profissionais da Vigilância permaneçam por aproximadamente seis meses na maternidade. Após a notificação, a investigação dos casos de mulheres que quase morreram, mas foram salvas em tempo oportuno, ficará a cargo do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP-MMT) da unidade hospitalar.
“Nosso objetivo neste primeiro momento é conhecer a unidade, entender seu fluxo de trabalho, entender o fluxo do NSP-MMT, identificar o trajeto das grávidas desde a chegada até o evento adverso, para, posteriormente, elaborarmos o diagnóstico situacional que orientará tanto nosso material quanto o cronograma de capacitação”, destacou a enfermeira da FVS-RCP/AM, Ana Caroline Nobre.
De acordo com a chefe do NSP-MMT, enfermeira Maria Ozanilda Bezerra, as complicações maternas que mais comumente levam a uma situação de Near Miss são hemorragia pós-parto, hipertensão (pré-eclâmpsia e eclâmpsia), sepse ou infecção sistêmica grave e rotura uterina.
A diretora da Moura Tapajóz, enfermeira obstetra Núbia Cruz, explica que a notificação dos eventos adversos é de suma importância. ”A notificação garante que vamos reorganizar nossos fluxos de trabalho a partir da investigação do episódio, de modo que não mais se repita. A análise dos dados nos permitirá identificar quais as principais causas de mortalidade materna não apenas em nossa unidade, mas em toda Manaus e, assim, poderemos redirecionar políticas públicas, capacitar nossos funcionários e nos preparar de forma mais específica para esse tipo de evento”, disse a diretora.
Segundo a chefe da Divisão de Ações Estratégicas da unidade, Loiana Melo, a partir dos dados coletados por meio das notificações, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) desenvolverá um projeto-piloto de telemonitoramento através do Telessaúde para que a Atenção Primária inicie o acompanhamento posterior das usuárias que tiveram evento notificado durante o parto, puerpério ou ainda nas consultas de pré-natal.
Informações: Semsa