Mais de dois meses após o desabamento da ponte sobre o Rio Curuçá, na BR-319, no dia 28 de setembro, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ainda não tem o laudo sobre o que provocou o colapso da estrutura e deixou quatro mortos e um desaparecido. A declaração foi dada pelo superintendente do DNIT no Amazonas, Luciano Moreira Filho, em cessão de tempo na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), na última quinta-feira (1º/12).
Porém, a informação que mais causou surpresa aos deputados estaduais presentes na sessão foi a de que uma empresa recebe R$ 39 milhões para fiscalizar outras duas que recebem R$ 43 milhões e R$ 3 milhões.
“A empresa que faz manutenção de obras de arte especiais, no caso as pontes no trecho onde ocorreu o acidente, chama-se Matéria Empreendimentos Imobiliários Eireli. Esse contrato tem um valor de R$ 3,8 milhões. O contrato de manutenção do trecho rodoviário onde ocorreram os acidentes é com a LCM Construções e Comércio, é o contrato 482, com valor de R$ 43 milhões. O contrato com o consórcio supervisor STE/Simenpi AGC é de R$ 39,3 milhões. Todos os contatos estavam em vigor no momento dos acidentes e permanecem em vigor”, Luciano Moreira Filho, superintendente do DNIT-AM.
O superintendente da autarquia ainda justificou aos parlamentares que o DNIT não tem pessoal próprio suficiente para fiscalizar as empresas que contrata e que, por isso, contratou duas empresas para fiscalizar as outras contratadas no Amazonas.
Além do desabamento da ponte sobre o Rio Curuçá, no dia 28 de setembro, a BR-319 também ficou sem a ponte sobre o Rio Autaz Mirim, que ruiu no dia 08 de outubro. Nestes dois pontos, hoje, há improviso para passagem de veículos e pedestres, com aterramento e uso de balsa.
Ainda segundo o superintendente do DNIT, a construção das duas novas pontes na BR-319 vai demorar, no mínimo, um ano. Porém, até hoje, nenhuma empresa foi contratada para reconstruir as estruturas, conforme Luciano Filho.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: DNIT