Ainda faltam mais de três meses para terminar 2022, mas o Amazonas já assegurou duas marcas negativas expressivas para o ano: recorde de desmatamento e, na melhor das hipóteses, o segundo pior ano em relação às queimadas.
De acordo com o sistema de avisos de desmatamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em apenas oito meses, de janeiro a agosto, o Estado perdeu mais de 2.038,00 km² de florestas e vegetação.
Quando incluídos apenas os nove primeiros dias de setembro, data da última atualização no site, a área aumenta para 2.090,6 km². Em todo o ano passado, de janeiro a dezembro, foram 1.831,39 km² desflorestados.
No mesmo contexto do desmatamento, os números relativos às queimadas no Estado são ainda piores. Segundo o Inpe, os satélites identificaram, em menos de 9 meses, entre 1º de janeiro e 19 de setembro, 16.018 focos de calor em todo o território amazonense. Essa quantidade já coloca 2022 como, pelo menos, o segundo pior ano em duas décadas e meia de monitoramento. O número, por enquanto, só é menor do que o registrado em 2020, quando foram identificadas 16.729 queimadas em 12 meses.
O Amazonas tem três municípios na lista dos 10 com mais incêndios identificados pelos satélites do Inpe em 2022: Lábrea (3.577 focos), Apuí (2.902) e Novo Aripuanã (1.758). Por outro lado, no ranking de desmatamento no ano, são quatro municípios na lista, entre eles o líder: Apuí (566.85 km² desmatados), Lábrea (467.30 km²), Novo Aripuanã (240.09 km²) e Manicoré (171.49 km²).
Quanto ao ranking de desmatamento no ano, são quatro municípios na lista, entre eles o líder: Apuí (566.85 km² desmatados), Lábrea (467.30 km²), Novo Aripuanã (240.09 km²) e Manicoré (171.49 km²).
O que diz o Governo do Amazonas
“O Governo do Amazonas informa que em relação aos alertas de desmatamento emitidos de 1º de janeiro a 9 de setembro de 2022, a contribuição das áreas de gestão direta do Estado foi de 100,18 km² – isto é, 4,77% do total. Dos 2.090,60 km² em alertas, 1.645,31 km² foram em áreas de gestão federal, totalizando 78,41%. Os demais ocorreram em terrenos particulares e vazios.
Ressalta-se também que em áreas de gestão direta do Estado, a porcentagem de focos de calor registrados de 1º a 19 de setembro chegou a 7,5% do total. Dos 16.018 focos notificados no período, 11.466 – 71,5% do total – ocorreram em áreas de gestão federal, entre assentamentos, glebas federais, terras indígenas e Unidades de Conservação Federal. Os demais foram registrados em terrenos particulares e vazios cartográficos.
O Governo afirma, ainda, que tem reforçado o contingente para combater os focos de queimadas e desmatamento no Sul do Amazonas, por meio do emprego de 108 servidores públicos das forças ambientais e de segurança pública, além de outros 233 brigadistas florestais, que estão sendo remunerados pela primeira vez pelo Estado para apoiar as ações do Corpo de Bombeiros em 12 municípios prioritários, entre eles: Apuí, Lábrea, Manicoré, Humaitá, Boca do Acre, Novo Aripuanã, Barreirinha, Parintins, Canutama, Boa Vista do Ramos, Maués e Nhamundá.
Os 12 municípios também receberam suporte em equipamentos, totalizando mais de R$1,7 milhões investidos para estruturação de brigadas locais. As ações de combate ocorrem por meio da Operação Tamoiotatá 2, que integra mais de 10 instituições de governo e ocorre de forma permanente desde março deste ano.”
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Agência Brasil