O território brasileiro perdeu aproximadamente 158 toneladas de ouro legal e ilegal entre janeiro de 2021 e junho de 2022. O valor é estimado em R$ 44,6 bilhões. Desse total, mais de 46 toneladas têm evidencias de extração ilegal. As informações constam no Boletim do Ouro, publicado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
De acordo com o levantamento, da estimativa de R$ 44,6 bilhões, o governo recolheu apenas R$ 703 milhões em impostos. Portanto, R$ 43,9 bilhões dessa riqueza retirada do solo brasileiro ficou nas mãos de poucos indivíduos.
Conforme o estudo, pelo menos 5,18 toneladas de ouro tiveram origem comprovadamente ilegal, em 2020. No ano passado foram 7,45 toneladas. Portanto, o salto foi de 44% em um ano.
Os pesquisadores identificaram que as 7,45 toneladas de ouro dos garimpos ilegais estão nas mãos de apenas cinco titulares de lavras, que acumulam 68% das ilegalidades, sendo três pessoas físicas e duas cooperativas.
Para calcular o prejuízo socioambiental dessa extração ilegal de ouro, a pesquisa adota a ‘Calculadora de Impactos do Garimpo’, desenvolvida pela Conservation Strategy Fund (CSF-Brasil) e pelo Ministério Público federal (MPF). O resultado é que as 10,6 toneladas de ouro comprovadamente extraídas de forma ilegal causaram danos ambientais estimados em R$ 39 bilhões, nos últimos 18 meses.
Por fim, o estudo fez um cruzamento de dados entre os cadastros da Agência Nacional de Mineração (ANM) e os programa sociais do governo federal. O relatório identificou que 12 beneficiários aparecem como titulares de lavras garimpeiras. Juntos, eles movimentaram mais R$ 100 milhões. Segundo os pesquisadores, a constatação pode indicar o uso de laranjas junto à ANM.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
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