O Amazonas teve mais de 1.113 mil quilômetros desmatados no primeiro semestre de 2022. Essa é a maior área devastada no período desde 2016, quando iniciou a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O sistema de monitoramento emitiu mais de 3.382 mil alertas de desmatamento no território amazonense, entre 1º de janeiro e 24 junho deste ano. Ao mesmo tempo, no ano passado, foram 2.744 avisos correspondentes a 834 quilômetros quadrados. Ou seja, o aumento foi de 33,4% na área degradada e 23% nos alertas, entre 2021 e 2022.
De acordo com o monitoramento do Inpe, o Amazonas concentrou 21,68% de todo o desmatamento registrado na Amazônia no 1º semestre de 2022. O Estado é o terceiro colocado no ranking da região. O líder é o Pará, o segundo é o Mato Grosso e o quarto é Rondônia.
Contudo, quanto aos avisos de queimadas, o Amazonas concentrou apenas 2,7% (382) dos alertas da região amazônica em junho (14.204).
STF reconhece omissão do governo federal
Diante dos números crescentes, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o contingenciamento das receitas do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima. O STF reconheceu, ainda, a omissão da União por não usar todo o dinheiro destinado ao Fundo, em 2019.
Na decisão proferida na última sessão do STF antes do recesso do meio do ano, na última sexta-feira (1º/07) o relator, ministro Luís Roberto Barroso, disse que a não alocação dos recursos foi uma decisão deliberada do governo federal. Barroso disse ainda que a projeção da ferramenta de inteligência artificial PrevisIA prevê aumento de 16% no desmatamento na Amazônia Legal em relação a 2021. Por fim, o ministro do STF afirma que isso indica que o país caminha no sentido contrário aos compromissos internacionais assumidos e à mitigação das mudanças climáticas.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
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