O boi-bumbá Caprichoso encerrou, na noite deste domingo (26), o 55° Festival Folclórico de Parintins. No retorno histórico da festa após dois anos devido a pandemia de Covid-19, o azul e branco trouxe o subtema “Amazônia-Festeira: o clamor da cura”, último ato do espetáculo “Amazônia: nossa luta em poesia”.
Em “Amazônia-Festeira: o clamor da cura”, o Caprichoso mostrou suas raízes identitárias e homenageou o fundador, Roque Cid.
A marujeira Carol Levy, 38, que há 13 anos toca tambor na Marujada de Guerra do Caprichoso, relata que o sentimento de participar do festival do recomeço foi ainda mais forte do que em anos anteriores.
“Todo ano é emocionante, parece que é sempre a primeira vez. Depois de dois anos parados, a emoção está muito maior, a gente está bem animado e felizes da vida por estar aqui”, comemorou a ritmista.
Na arena do Bumbódromo, o azul e branco celebrou a arte do caboclo parintinense, que no contexto da temática da terceira noite, transformou sonhos e lutas em poesia.
Como Figura Típica Regional (item 15), o bumbá trouxe o “Brincador de Boi”, uma homenagem aos caboclos que cresceram participando das festas do Caprichoso como vaqueiros, marujeiros, artistas, tuxauas, bailarinos, brincantes ou torcedores.
No item 17, Lenda Amazônica, o Caprichoso apresentou “Pássaro Primal e o Nascer das aves”, mostrando a crença do povo Kayapó, do Parque do Xingú, de que a vida venceu a morte quando um gavião colossal algoz das aldeias foi martirizado ao lutar contra dois guerreiros gigantes.
No Ritual Indígena (item 4), o Caprichoso fez sua apoteose descrevendo “Yanomami Reahú – Festa da Vida-Morte-Vida”, com fundamentação nos contos do xamã e líder político da floresta, Davi Kopenawa. O momento de comunhão e luta pela terra-floresta foi marcado pela participação do líder indígena Yanomami, Dário Kopenawa.
A apuração que vai definir o campeão do 55º Festival Folclórico de Parintins será nesta segunda-feira (27), a partir das 14h.
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Com informações da Assessoria
Fotos: Bruno Zanardo/Secom