O jovem Antônio Carlos Almeida Fernandes, de 20 anos, foi morto na tarde de segunda-feira durante uma ação policial na comunidade Portal da Cachoeira, uma ocupação na região do bairro Tarumã. A família alegava que a vítima foi atingida por disparo de arma de fogo, enquanto a polícia afirmava que ele sofreu um mal súbito.
O relatório do Instituto Médico Legal comprova a versão da família e contradiz os policiais. No documento, consta que Antônio foi vítima de arma de fogo. Entre as causas da morte estão: anemia aguda, lesão de alças intestinais, traumatismo abdominal e ação perfurocontundente.
Naquele dia houve, uma operação policial da Rocam (Rondas Ostensivas Cândido Mariano), que, segundo a PM, era para combater o tráfico de drogas na área. Não foi informado se drogas ou qualquer outro produto ilícito foram encontrados com a vítima.
Um vídeo mostra o jovem no chão, possivelmente já atingido, e os moradores o pegam nos braços e o colocam no camburão da polícia para ser socorrido. Os próprios policiais levaram Antônio para a UPA Campos Sales e informaram que houve um mal súbito.
No mesmo dia do crime, familiares e moradores da comunidade fizeram uma manifestação para denunciar a ação truculenta dos policiais e cobrar investigação sobre as circunstâncias da morte. A versão da família é diferente da apresentada pelo Tenente André Rocha da Rocam, em entrevista no dia do crime. “Teve um mal súbito e veio à óbito. Estavam acusando a morte pela polícia, mas foi constatado na UPA que ele teve uma parada fulminante e veio a óbito”, afirmou o militar.
O militar informou ainda que a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros vai apurar a morte.
Sem informar qual o motivo da abordagem de Antônio Carlos e se ele tinha alguma passagem pela polícia, o oficial também não declarou se houve apreensões no local.
Mesmo sem a quantidade contabilizada dos meses novembro e dezembro de 2021, o ano passado teve o maior número de homicídios dos últimos três anos, com 852 pessoas assassinadas em Manaus, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
Ainda não tivemos retorno da Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar e Polícia Civil.
Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar
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