A Polícia Federal no Amazonas deflagrou a segunda fase da operação Uiara nessa quarta-feira (15) na calha do Rio Madeira. A ação tem o objetivo de identificar, abordar e inutilizar balsas e dragas usadas para o garimpo ilegal de ouro na região.
A operação contou com a participação de 35 policiais federais e 4 fiscais do Ibama para impedir o cometimento de crimes ambientais, usurpação de bens da União e para cumprir decisões judiciais que cassaram autorizações de extração de ouro no Rio Madeira, assim como atende a recomendação expedida pelo Ministério Público Federal.
Neste vídeo, os policiais dão um prazo de cinco minutos para que os ocupantes abandonem as balsas. Veja:
As atividades dão sequência à Operação Uiara 1, realizada entre os dias 27 e 29 de novembro. Os policiais localizaram dragas de garimpo ilegal envolvidas nas atividades de grande escala na região de Autazes (AM), quando centenas de balsas foram vistas no rio. Após o anúncio de uma operação federal, os garimpeiros dispersaram para outros locais, inclusive para o município de Borba.
Um áudio compartilhado em grupos de garimpeiros confirma a presença das forças de segurança. Ouça:
A extração de ouro no Rio Madeira é ilegal. Segundo a Polícia Federal, as operações vão se estender a outras regiões do Estado do Amazonas em 2022.
Um estudo técnico inédito sobre a contaminação de mercúrio1 no Rio Madeira. O laudo de perícia criminal federal detectou elevados índices de contaminação por mercúrio na água, no leito do rio, na vegetação e nos seres humanos que habitam as margens do Rio Madeira naquela região.
Foram coletados e analisados vestígios na região na água, sedimentos, fauna, flora e em sete cidadãos ribeirinhos.
Água: as análises mostraram que há concentração de mercúrio na água até 95 vezes acima dos limites estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente;
Sedimentos: nos sedimentos, a presença do material é 120 vezes maior do que o permitido;
Moradores: sete ribeirinhos apresentaram concentrações de mercúrio no cabelo acima dos limites considerados admissíveis pela Organização Mundial de Saúde, um deles com 3 vezes mais (300%).
Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar
Imagens: reprodução