Em alusão aos 73 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas realizou um ato público em defesa do Povo Yanomami nessa sexta-feira (10), na Praça do Congresso, Centro de Manaus. Participaram do ato, as delegações das comunidades indígenas dos Estados de Roraima e do Amazonas.
O objetivo é chamar a atenção da sociedade e do mundo a respeito do sofrimento do povo Yanomami por causa da violência e precarização de serviços básicos de saúde em decorrência da atuação de garimpeiros na região.
De acordo com o professor Gersem Baniwa, coordenador da Frente Amazônica que organizou o ato, é um pedido de socorro e uma tentativa de evitar um massacre.
“É mais um tempo dramático porque eles literalmente estão sendo mortos ou por doenças, ou por fome, subnutrição ou por violência dos garimpeiros, que invadiram, como já fizeram no passado e dessa vez pior porque têm não só a omissão, mas também o incentivo do atual governo”, declarou.
Lideranças indígenas também discursaram contra a mineração, pela necessidade de interrupção da pesca predatória, a inclusão de crianças indígenas na escola, entre outros direitos humanos básicos.
“O nosso incômodo com esse momento político em que estamos vivendo em que os Direitos Humanos estão sendo desrespeitados, de alguma maneira negados e violentados. Para mostrar também a nossa resistência e a nossa determinação de continuar defendendo a vida, os Direitos Humanos que nada mais é que o direito de existir e viver com o mínimo de dignidade”, disse Gersem.
Veja a live realizada durante o ato:
A Terra Indígena Yanomami, em Roraima, é o maior território demarcado no Brasil, com 9,6 mil hectares, equivalente ao tamanho de Portugal, onde habitam mais de 30 mil indígenas em 321 aldeias, incluindo povos recentemente contatados e alguns em isolamento voluntário.
Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar