Até o último fim de semana, mais de 364 milhões de doses das vacinas contra a Covid-19 já tinham sido distribuídas pelo governo federal por todo o Brasil. Conforme o Ministério da Saúde, 40,4% delas é da fabricante Pfizer. O imunizante da farmacêutica norte-americana foi o último a ser comprado pelo governo federal.
O contrato para aquisição das primeiras doses da vacina da Pfizer foi assinado pelo governo federal no dia 18 de março. O primeiro lote, com 1,5 milhão de imunizantes, chegou ao Brasil pouco mais de um mês após a assinatura, no dia 29 de abril.
O governo brasileiro, porém, teve a chance de comprar a vacina da Pfizer quase seis meses antes e com prioridade de entrega a partir de dezembro. De acordo com o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fabio Wajngarten, o Brasil recusou a compra de 70 milhões de doses em agosto de 2020.
Segundo o presidente regional da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, em depoimento à CPI da Pandemia, os primeiros contatos da empresa com o governo brasileiro aconteceram entre maio e junho de 2020 e as três primeiras propostas oficiais foram feitas ao Ministério da Saúde em agosto, com oferta de 30 milhões e 70 milhões. O valor contratual seria de U$ 10 por dose.
A vacinação no Brasil começou no dia 17 de janeiro, com a Coronavac. No dia 23 de janeiro foram aplicadas as primeiras doses da Astrazeneca. O País fechou janeiro com apenas 2,051 milhões de vacinados. Nas ofertas recusadas pelo governo brasileiro, a Pfizer se comprometia contratualmente a entregar 1,5 milhão de doses ainda em 2020, em dezembro, e outras 3 milhões entre janeiro e março.
Astrazeneca é a mais enviada ao Amazonas.
A vacina da Astrazeneca é a segunda mais usada no Brasil e corresponde a 32,5% das doses distribuídas. Mas no Amazonas a ordem é diferente. O Estado já recebeu 6.632.250 doses de imunizantes e a maior quantidade, 40%, é de Astrazeneca. A Pfizer corresponde a 32,7%, a Coronavac 22,2% e a Janssen menos de 1%.
A nível nacional, a Coronavac é a terceira mais distribuída, com 28%, e a Janssen representa apenas 1,31% das distribuições.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Girlene Medeiros/FVS-RCP