Não é só a dona de casa Keila Souza que pensa no açaí e no guaraná apenas como itens da alimentação, muitos amazonenses possuem esta mesma percepção. O que pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria no Rio Grande do Sul com apoio da Fapeam – Fundação de Amparo a Pesquisa do Amazonas – descobriram é que os resíduos do pó do guaraná e da semente do açaí, diversas vezes descartados de forma irregular no meio ambiente, podem ajudar no processo de cicatrização, além de favorecer a desaceleração do envelhecimento da pele, impactando diretamente na incidência e prevalência de feridas difíceis de cicatrizar. Como explica a vice-coordenadora do Projeto, professora Dra. Fernanda Barbisan.
O projeto intitulado “Desenvolvimento biotecnológico à base de resíduos do pó do guaraná e da semente do açaí”, ainda é um estudo piloto, não testado em humanos. A expectativa é de que este passo seja dado com a instalação do laboratório do Centro de Pesquisas Gerontec em Manaus, na Funati – Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade. Uma forma de confirmar os resultados já visualizados em testes com células e minhocas.
No estudo dos efeitos a saúde produzidos pela combinação de resíduos de açaí e guaraná, também foram inseridos estudos complementares com outros produtos da região, como óleos combinados e processados de copaíba e andiroba que já são utilizados em preparações dermocosméticas. O estudo foi submetido a publicação cientifica em uma revista internacional. O potencial dos produtos amazônico devido suas propriedades chamam a atenção do setor econômico. A intenção dos pesquisadores , quando chegarem a última fase da pesquisa, é de que os empresários do Amazonas tenham prioridade nos investimentos para a comercialização. Os resultados inovadores abrem a possibilidade para o uso dos resíduos do açaí e guaraná que atualmente não possuem valor econômico agreagado.
Tania Freitas – Rádio Rio Mar
Foto: Assessoria Funati e Fapeam