A hanseníase é uma doença carregada de muitos estigmas e preconceitos. Os números no Amazonas chamam a atenção. De acordo com a Fuam – Fundação Alfredo da Mata, em 2019 foram notificados 411 casos, já em 2020, 239 registros e em 2021, de janeiro à setembro, 212 casos. Segundo o chefe do Departamento de Epidemiologia e Controle de Doenças da Fuam, o enfermeiro José Yranir do Nascimento, acredita-se que no ano passado houve uma subnotificação.
Na contramão dessas estatísticas, a Fundação Alfredo da Mata obteve nos dois últimos anos, 93% de cura em casos de hanseníase. Este dado é resultado da força-tarefa do projeto Apeli – Ação para Eliminação da Hanseníase – que percorre municípios do interior do Amazonas. Atualmente, 470 pacientes estão em tratamento.
Em Manaus, de janeiro a julho de 2021, a Semsa registrou 55 casos novos de hanseníase, sendo três em menores de 15 anos. Quando comparado ao ano anterior há um aumento de 22% na detecção. A hanseníase tem cura e o tratamento dura de seis meses à 1 ano, com serviço disponível no serviço público de saúde.
Nesta terça-feira, um termo de cooperação entre a Fundação Alfredo da Mata e o Movimento das Pessoas Atingidas pela Hanseníase foi assinado, marcando um compromisso público entre os envolvidos para atuarem em prol da campanha: Não esqueça da Hanseníase, indicada pelo embaixador da Boa Vontade para a Eliminação da Hanseníase da OMS, Yohei Sasakawa. Ele que é doador mundial de medicamentos para o tratamento da doença.
Tania Freitas – Rádio Rio Mar
Foto: Semsa