Altas nos combustíveis praticadas pela Petrobras equivalem a 9 vezes a inflação do Brasil no ano

De acordo com o IBGE, no Brasil a gasolina acumula alta de 31,1% entre janeiro e agosto ao consumidor final, contra uma inflação geral de 5,7% (IPCA) consolidada em agosto. Porém, a alta praticada pela Petrobras é maior ainda. No dia 1º de janeiro, o valor médio da gasolina praticado nas refinarias era R$ 1,84 e hoje está R$ 2,78, portanto 51% mais caro, o equivalente a nove vezes o índice da inflação.

Ainda em janeiro, a Petrobras cobrava R$ 2,0 pelo litro do diesel nas refinarias e ,hoje, cobra R$ 2,81. Ou seja, 40,5% de aumento.

Conforme o IBGE, nas bombas em geral, no Brasil, a alta do diesel é de 28%. Já o preço do gás de cozinha (GLP) ficou 23,8% mais caro para o consumidor desde o início de 2021.

Para o consumidor final, no Amazonas, por exemplo, no dia 1º de janeiro de 2021 a gasolina era vendida nos postos a um preço médio de R$ 4,51 e, hoje, está R$ 6,00, ou seja, aumentou 33% (R$ 1,49) mais cara.

Também no dia 1º de janeiro deste ano, o diesel comum era vendido, em média, por R$ 3,80 no Estado. Hoje está acima dos R$ 4,73, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo e Gás (ANP).

Já o gás de cozinha (GLP) iniciou o ano ao preço médio de R$ 84,22 no Amazonas e hoje está em R$ 98,97.

Composição dos preços

Composição dos preços

Fonte: Petrobras
*O ICMS sobre a gasolina no Amazonas é 25%
*O ICMS sobre o gás de cozinha e o diesel é 18% no Amazonas

Além disso, no início de setembro, a conta de luz ficou mais cara, após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizar a cobrança de R$ 14,20 por cada 100 quilowatts/hora (kWh) adicional da bandeira vermelha. Até então o valor era de R$ 9,49

E o valor dos combustíveis impacta a geração das usinas termelétricas movidas a gás natural e óleo diesel.

O Instituto Combustível Legal elaborou uma explicação didática sobre a formação dos preços dos combustíveis e sobre como resolver a imprevisilidade para o consumidor. O instituto também sugere que o Imposto estadual Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deixe de ser cobrado no posto e passe a ser recolhido nas refinarias. Outra sugestão é deixar de cobrar o ICMS em formato de alíquota, mas em valor fixo, o que pode evitar o mercado ilegal, no qual empresários compram combustíveis em Estados que têm alíquota menor de ICMS para vender em outros locais onde o imposto é maior. 

Quem explica é a jornalista Gabriela Lisbôa.

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil