Com aproximadamente 3 milhões e 500 mil adolescentes vacinados até essa quinta-feira no Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu que estados e municípios parassem de vacinar a faixa etária de 12 a 17 anos sem comorbidade.
Ao desencorajar a vacinação das crianças e adolescentes, Queiroga citou os casos de eventos adversos leves registrados até o momento. As ocorrências mesmo previstas nas bulas dos imunizantes destinados à população no combate à Covid-19, foram enfatizados pelo ministro e sua equipe.
Atualmente apenas a vacina da Pfizer/Biontech é autorizada pela Anvisa- Agência Nacional de Vigilância Sanitária para ser aplicada nos menores de idade de acordo com o Plano Nacional de Imunização. Queiroga justificou a retirada das crianças e adolescentes sem comorbidade com base em situações registradas no Reino Unido e dos eventos adversos.
“Quero a colaboração dos secretários municipais de saúde pra só seguir as recomendações da Anvisa. Se tiver alguma dúvida, se não concordar com o que o PNI dispôs, vem aqui na minha sala”, orienta o ministro.
E em seguida não garantiu se vai rever a posição com base nas recomendações da Anvisa.
“O MS pode rever a sua posição, desde que haja evidências científicas sólidas em relação a vacinação de crianças e adolescentes sem comorbidades. Por enquanto por uma questão de cautela, temos eventos adversos a ser investigados”, pontua.
Com a recomendação do MS, aquele adolescente que já tomou a primeira dose do imunizante, mas não tem qualquer comorbidade não deve tomar a segunda dose. O mesmo serve para quem se vacinou com imunizante que não seja Pfizer.
Durante o pronunciamento, dados divulgados pela secretária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana de Melo, indicam que, no Amazonas, foram aplicadas quase 1000 doses com imunizantes que não são aprovados pela Anvisa para a faixa etária de 12 a 17 anos. Foram 357 doses de Astrazeneca, 521 de Coronavac, 44 de Janssen.
A Prefeitura de Manaus, em atendimento à recomendação do Ministério da Saúde, determinou a suspensão da aplicação de vacinas contra a Covid-19, para o público de 12 a 17 anos, a partir desta sexta-feira (17), na capital.
De acordo com a Nota Informativa nº 001/2021, emitida pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, apesar da vacina da Pfizer estar autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para uso em adolescentes no Brasil, a recomendação para imunização dessa população foi revista e devem ser vacinados, a partir de agora, somente os que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.
Os adolescentes sem comorbidades, que já receberam a primeira dose, não devem receber a segunda. Só deverão completar o esquema vacinal os que estiverem em uma das condições recomendadas (deficiência permanente, comorbidades ou privados de liberdade).
A decisão também levou em conta a Nota Informativa Conjunta nº 55/2021, da FVS-RCP e da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), que incluiu a população de adolescentes de 12 a 17 anos com e sem comorbidades no Plano Estadual de Operacionalização da Campanha de Vacinação contra a Covid-19 no Estado do Amazonas.
Vitória Lima – Rádio Rio Mar
Foto: Divulgação/MS