O decreto 10.388 de 05, de 05 de junho de 2020 do ano passado, institui o sistema de logística reversa de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso e das embalagens, após o descarte pelos consumidores, com a participação de fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores. Porém, as medidas devem ser avaliadas pelo Ministério do Meio Ambiente em até cinco anos.
Em Manaus, o Grupo Tapajós começou a implementar a determinação em três lojas, sendo duas da bandeira Santo Remédio (unidades das avenidas Boulevard Álvaro Botelho Maia e Djalma Batista) e outra da rede FarmaBem (unidade localizada na avenida Darcy Vargas). O grupo, que também é dono da bandeira FlexFarma, pretende instalar áreas de descarte de medicamentos em todas as unidades do Amazonas até 2022, de acordo com o site ‘Panorama Farmacêutico’.
Segundo uma pesquisa publicada pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, de Pernambuco, o Brasil é o sétimo país que mais consome medicamentos no mundo, mas tem pouca legislação referente ao descarte correto de medicamentos vencidos ou sem uso.
O levantamento aponta que quase 20% de todos os medicamentos que utilizamos são descartados de forma irregular. De acordo com o Programa Descarte Consciente, da Brasil Health Service (BHS), cada quilo de medicamento descartado via esgoto pode contaminar até 450 mil litros de água.
Os remédios que ingerimos são metabolizados e eliminados pelo nosso corpo e vão parar nas redes de esgoto, junto com aqueles descartados em pias e vasos sanitários.
O descarte de medicamentos no lixo comum também representa perigo ao meio ambiente. Isso porque, como eles não são metabolizados, podem chegar na forma original aos aterros que, caso não possuam impermeabilização adequada, podem contaminar o solo e o lençol freático em concentrações até maiores que via esgoto.
Os problemas causados pela presença dos compostos de medicamentos no ambiente vão desde interferência no metabolismo e no comportamento de organismos aquáticos até os riscos de doenças na população e animais, que podem encontrar medicamentos descartados no lixo e utilizá-los.
Os antibióticos também são preocupantes, pois quando expostos ao meio ambiente, tornam as bactérias resistentes.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Conselho Federal de Farmácia