O delegado Alexandre Saraiva, ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, que foi retirado do cargo após apresentar notícia crime contra o ministro do meio ambiente, Ricardo Sales, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Ministério Público Federal (MPF).
Segundo Alexandre Saraiva, os madeireiros enviaram à Polícia Federal documentos falsos, com anuência de Ricardo Salles, com intenção de tentar iludir os investigadores. As declarações foram dadas durante audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (27/04).
Segundo Alexandre Saraiva, os madeireiros enviaram à Polícia Federal documentos falsos, com anuência de Ricardo Salles, com intenção de tentar iludir os investigadores. As declarações foram dadas durante audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (27/04).
Dos 214 mil metros cúbicos de madeira apreendida, apenas 10 pessoas apareceram com algum documento para reivindicar o material. Cerca de 70% da carga ainda não apareceu dono. O delegado Alexandre Saraiva lembrou que, se ninguém reivindicou não tem dono. E, sendo assim como o ministro pode dizer que está tudo certo?
Toda a carga foi apreendida na Operação Handroanthus, em dezembro do ano passado. Na audiência na Câmara, Alexandre Saraiva disse que o ministro Ricardo Salles recebeu da PF laudos periciais que indicavam fraude organizada e também tinha conhecimento dos documentos fraudulentos apresentados pelos acusados à PF, uma vez que o ministro foi duas vezes a Santarém-PA, se reunir com os madeireiros, conforme Saraiva.
“O ministro comemorou a apreensão dos 214 mil metros cúbicos, foi lá e fez uma pseudoperícia. De 40 mil toras, olhou duas, disse que estava tudo bem e que voltaria. Voltou com críticas ao trabalho dos servidores. Tornou legítima ação dos criminosos e não do agente púbico. Ele recebeu um conjunto de documentos que mostravam uma fraude organizada que buscava iludir a autoridade policial. Por causa disso, resolvi encaminhar ao STF. Como o ministro pode dizer que está tudo certo? Ele recebeu todos os laudos periciais. Não se pode, com a análise de duas toras, colocar abaixo todo o trabalho feito por peritos da Polícia Federal. Meu partido é a Amazônia, o Brasil e a lei. Meio ambiente não é bandeira da esquerda ou direita, deveria ser bandeira de um governo”, disse o delegado.
A Rádio Rio Mar consultou o Ministério do Meio Ambiente sobre as acusações e recebeu como resposta apenas que: “os deputados deixaram claro na audiência a falta de imparcialidade e de fundamento das posições do delegado que segue em busca de holofotes”.
Nesta segunda-feira (27), em entrevista à RedeTV, o ministro Ricardo Salles comentou as acusações e afirmou que o delegado Alexandre Saraiva “busca holofotes”. “A notícia-crime foi uma busca de holofote e ele está querendo aparecer com essa situação toda(…) Eu estou sempre ao lado da lei. Ao contrário da narrativa que ele tentou criar, nós não somos contra a Polícia Federal. (…) Nesse caso especificamente, nós estamos falando de um inquérito presidido pelo Saraiva. Não é a Polícia Federal, é ele (…) Essa questão dele presidir o inquérito já mostra uma falta de imparcialidade. Mas isso a corregedoria da PF vai apurar”, disse.
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Cachoeira do Aruã (Pará): verificamos o sistema de rastreamento das árvores. Etiquetas nas toras indicam local exato de onde vieram. Andamos na mata para conferir. Os dados bateram certinho. Agora faremos a confirmação pelo teste comparativo do DNA das amostras. pic.twitter.com/dLm5RaNH3u
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) March 31, 2021
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Reprodução/Twitter