Nesta quinta-feira, 26, o Centro da Indústria do Estado do Amazonas assinou uma carta da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas e outras entidades ligadas ao comércio e serviços, como Fecomércio, Fieam e ACA. Nela as entidades manisfestam preocupação com os caixas dos empresários, afetados pela paralisação das atividades comerciais no Estado, e cobram uma liberação a volta das atividades já a partir da próxima segunda-feira, 30.
Na última linha da carta, os empresários dizem, abre aspas: “podemos errar e podemos acertar, mas de braços cruzados não podemos ficar”, fecha aspas. O problema é que, neste caso, erro, significa morte de pessoas.
Em reposta a estes pleitos, o governador Wilson Lima disse que está elaborando um plano de volta gradativa, mas não para um futuro próximo, porque a curva de contágio pelo novo coronavírus não para de crescer no Amazonas.
Confira o conteúdo da carta conjunta na íntegra:
Manaus, 26 de março de 2020.
Ao Excelentíssimo
Governador do estado do Amazonas
Wilson Miranda Lima
Excelentíssimo Governador,
As entidades abaixo assinadas, ao cumprimentar Vossa Excelência pela altivez e celeridade em tomadas de decisões relativas ao enfrentamento da COVID-19 em nosso Estado, que certamente contribuiu para minimizar avanços na contaminação, veem por meio da presente expor algumas alternativas que, caso aplicadas poderiam produzir efeitos positivos em nosso Estado.
O isolamento social de forma horizontal, de fato é uma eficiente estratégia, tanto assim que diversos países no mundo o adotaram, contudo, trata-se de uma medida pontual que não deve ser mantida, sob pena de colapsar seguimentos da sociedade que são fundamentais para manter o Estado.
Este isolamento foi implementado, de forma acertada e ágil por Vosso Governo, e isto possibilitou que:
- As unidades de atendimento à Saúde pudessem se preparar para suportar a demanda e oferecer o necessário atendimento aos que desse precisem;
- As políticas públicas pudessem ser organizadas e implementadas;
- A população não apenas conhecesse o tema, mas também se conscientizasse da gravidade e meios de prevenção.
Neste sentido, nesse curto período além de percebermos aspectos positivos, também estamos vivenciando e nos deparando com situações preocupantes em nossos negócios que certamente refletirá na sociedade.
De maneira geral e irrestrita os caixas tanto das empresas quanto do Estado já foram afetados e infelizmente não temos estrutura para suportar ausência de receita sem que efeitos negativos e devastadores sejam impostos às empresas e ao Estado.
Neste momento, entendemos que precisamos nos debruçar em construir cenários em que seja possível a implementação do isolamento social de forma vertical, e assim preservar o máximo de empregos possíveis mediante o funcionamento, ainda que em condições especiais de negócios com pouquíssimas e especiais exceções e não ao contrário, como o que ocorre neste momento em que poucos negócios estão podendo funcionar.
Ao preservarmos empregos e mantermos meios dignos de renda à classe trabalhadora vamos certamente mitigar os impactos negativos em nossa economia, impactos negativos estes que já não serão evitados.
Devemos ter esforços na saúde e na economia e não temos como priorizar nenhuma das duas em detrimento da outra, pois as duas como outras temáticas, segurança por exemplo, estão sinergicamente interligadas e por isso são interdependentes.
Nossos Caixas já foram afetados, e de maneira geral não sabemos se ajudas pontuais com diferimento de tributos ou mesmo parcelamentos especiais serão suficientes.
Desta forma, gostaríamos de novamente, e aproveitando a forma transparente e participativa que sempre foi viabilizada por este Governo, solicitar uma nova reunião para apoiarmos a construção de alternativas que possam viabilizar a implementação do Isolamento Social de Forma Vertical.
Nesta oportunidade gostaríamos de apresentar à Vossa Excelência algumas oportunidades, para contribuir na construção de alternativas, tais como:
- Retomada parcial e gradativa das atividades comerciais, mesmo que com horários reduzidos, já a partir do dia 30.03.2020, para o comercio de rua e para o dia 07.04.2020 os Shoppings, também com horário reduzido, com a implementação de pontos de verificação de temperatura e realização de testes rápidos, assim que disponíveis;
- Devendo sempre ser adotadas as recomendações da autoridade sanitária quanto às medidas de contenção da disseminação do vírus, conforme já previsto e determinado nos Decretos no. 42.101 e 42.106 de 2020; e
- Utilização da rede hoteleira disponível para Grupos de Risco e construção de alternativas para pessoas de comunidades de baixa renda e com idade superior a 60 (sessenta) anos, como uma medida tanto de cuidado e preservação à saúde dos cidadãos, como um meio de preservar a subsistência do importante segmento turístico de nosso Estado que será frontalmente atingido e precisa de alguma forma ser
Como vem sendo dito, podemos ser polêmicos, podemos errar e podemos acertar, mas de braços cruzados não podemos ficar.
Atenciosamente,
Fábio Cunha
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes |
Ataliba David Antônio Filho
Associação Comercial do Amazonas |
Adlinez Moreno Iskandar Associação de Empresários do Vieiralves |
Ralph Baraúna Assayag Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus |
Wilson Luiz Buzato Périco Centro da Indústria do Estado do Amazonas |
Ezra Benzion Manoa Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas |
Antônio Carlos da Silva Federação das Indústrias do Estado do Amazonas
Albano Máximo Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas
Paulo C. de Carvalho Mota Junior Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado do Amazonas
Hélio Alexandre Rede das imobiliárias de Manaus |
Aderson Santos Frota Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas
Marcelo Lima Filho Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas
Romero Reis Conselho de desenvolvimento econômico, sustentável e estratégico de Manaus |