Financiamento e cooperação são chave para enfrentar mudanças climáticas, destaca Cardeal Steiner

A discussão sobre financiamento para a transição energética ganhou novos contornos na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 – COP30 a partir das reflexões do Cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Para ele, mais do que debater números e metas, é essencial ampliar o horizonte de compreensão sobre a crise climática. Ainda prevalece uma visão limitada, baseada na dominação e no uso predatório dos recursos naturais, distante da perspectiva do cuidado e da fraternidade universal inspirada por São Francisco de Assis e defendida pelo Papa Francisco.

A Conferência Episcopal do Brasil há muitos anos insiste na necessidade de enxergar a criação como parte de um todo que merece respeito, proteção e responsabilidade compartilhada. Sem esse entendimento mais profundo, decisões técnicas ou financeiras tendem a perder força e efetividade diante da magnitude da crise ambiental.

A ausência de recursos concretos dificulta o avanço de projetos estruturantes, especialmente nos países mais pobres, que enfrentam desafios maiores para reduzir emissões e investir em tecnologias limpas.

Ao relacionar essa dívida ambiental às dívidas financeiras acumuladas pelos países pobres, Steiner sugere que um reequilíbrio justo pode fortalecer tanto o debate quanto as soluções. Se levado a sério, afirma, esse entendimento pode abrir caminhos mais sólidos e equitativos para a transição energética global.

Rafaella Amorim, Rádio Rio Mar

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