A Arquidiocese de Manaus, por meio da Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Manaus e da Cáritas Arquidiocesana, realizou na manhã desta terça-feira (28/8), no Centro de Formação da Arquidiocese (Cefam), uma coletiva de imprensa para falar sobre o Grito dos Excluídos 2018.
Com o tema “Desigualdade gera violência: basta de privilégio”, a 24° edição do Grito dos Excluídos será realizada no Conjunto Viver Melhor 1. Segundo o Coordenador de Projetos da Cáritas Arquidiocesana, Diácono Afonso Brito, diferente dos outros anos, o grito será realizado de manhã, a partir das 8h, com concentração na Igreja Santa Clara, situada à Avenida da Conquista s/n Viver Melhor I Etapa. O local foi escolhido por ser um conjunto habitacional construído para os pobres, mas não foi disponibilizado ao moradores posto de saúde e escola para naquela região.
“Todos sabem que é importante que se tenha políticas públicas voltadas para a habitação, porém não se colocou os equipamentos necessários como o posto de saúde e educação para atender a demanda. Isso foi aparecendo paulatinamente, a partir da intervenção do Ministério Público, de movimentos sociais e da população do local que começaram a fazer reclamação. Isso marca um simbolismo importante de um grito necessário para que seja dada a visibilidade necessária aos problemas e às mazelas que estão presente em nossa sociedade, sobretudo com relação às políticas públicas voltadas para habitação, saúde e educação, tão necessário para o povo amazonense”, afirmou o diácono Afonso.
Na oportunidade o arcebispo de Manaus, o Arcebispo Metropolitano de Manaus Dom Sergio Castriani falou da situação atual em que a sociedade é excluídas dos direitos básicos e que o voto deve ser feito com responsabilidade.
“Ninguém duvida da existência dos excluídos, e do fenômeno da exclusão. Todos os dias aparece gente sem emprego e sem moradia, sem saúde e sem educação de qualidade. Nós queremos gritar isso e dar uma oportunidade para essas pessoas dizerem alguma coisa. A intenção é chamar a atenção da sociedade para falar da exclusão e as razões para isso. Infelizmente são os políticos desse país que tem a caneta na mão e o cheque na mão. Só os dirigentes podem fazer alguma coisa. É preciso pedir que façam alguma coisa por eles (os excluídos). Nessas eleições é preciso ver em quem a gente vota, porque o corrupto não merece nosso voto e é burrice votar no corrupto, pois depois vem reclamar da sociedade. Se tivermos consciência de as eleições são muito importantes pois escolheremos quem vai governar e fazer as leis do país”, alertou o arcebispo de Manaus.
O evento que está em sua 24ª. edição tem como objetivo geral valorizar a vida e anunciar a esperança de um mundo melhor, pedindo por direitos que garantam vida digna a todos, que muitas vezes sequer possuem direitos básicos como saúde, educação, moradia, segurança; a construindo ações a fim de fortalecer e mobilizar a classe trabalhadora nas lutas populares. O Grito visa dar voz e vez aqueles que são excluídos e marginalizados pela sociedade.
Sobre o Grito dos Excluídos
Seu objetivo geral é valorizar a vida e anunciar a esperança de um mundo melhor, construindo ações a fim de fortalecer e mobilizar a classe trabalhadora nas lutas populares. Além de denunciar a estrutura opressiva e excludente da sociedade e do sistema neoliberal que nega a vida e quer nos impedir de sonhar.
Tem por objetivos específicos:
DEFENDER a vida dos/as excluídos/as, assegurar os seus direitos, voz e lugar. Construir relações igualitárias que respeitem a diversidade de gênero, cultural, racial, religiosa e sejam esperança para juntas e juntos lutarmos por outro mundo possível.
CONSTRUIR espaços e ações organizadas politicamente a fim de fortalecer e mobilizar o povo a lutar por um projeto de sociedade mais igualitária e fraterna que valorize a vida, a distribuição de terra, renda e bens para todos;
DENUNCIAR as estruturas opressoras da sociedade, as injustiças cometidas pelo modelo econômico neoliberal, a concentração de renda, a criminalização dos movimentos, dos defensores e defensoras dos direitos humanos e das lutas populares;
OCUPAR os espaços públicos e exigir do Estado a garantia do acesso e a universalização dos direitos básicos como educação, segurança pública, saúde, transporte, alimentação saudável, saneamento básico, moradia. Lutar contra a privatização dos recursos naturais e contra as reformas que retiram direitos dos trabalhadores;
COBRAR dos governantes uma auditoria integral da dívida pública (interna e externa) que consome aproximadamente 45% do nosso dinheiro (orçamento federal) pagando juros e amortizações aos especuladores.