Arrecadação de taxas pelo Detran-AM cresce mais do que receita do governo do Amazonas

Os motoristas amazonenses que recorrem aos serviços do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) precisam gastar cada vez mais dinheiro e isso se reflete na arrecadação do órgão. Conforme o Portal da Transparência, o aumento das receitas do Detran-AM com recebimento de taxas superou o desempenho econômico do próprio governo do Estado, no primeiro semestre deste ano.

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Enquanto a arrecadação do poder executivo estadual aumentou 19,17% entre janeiro e junho de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado, o recolhimento de taxas pelo Detran-AM saltou 21,59%.

Na primeira metade de 2024, o Detran-AM recolheu R$ 107,4 milhões com receitas de serviços e, no mesmo período de 2025, o montante superou os R$ 130,6 milhões. Portanto, em valores nominais, são R$ 23,2 milhões a mais.

Um dos principais motivos para o crescimento do lucro do Detran-AM é o aumento nos valores das taxas. Para renovação de CNH, por exemplo, o condutor precisava pagar R$ 136,60 de taxa. Além disso, eram mais R$ 192,31 da clínica oftalmológica e R$ 8,29 do requerimento, no ano passado. Em 2025, os valores passaram para R$ 143,51 de taxa, mais R$ 202,04 da clínica. Portanto, o custo para o condutor aumentou de R$ 337,02 para R$ 345,55.

Para quem renovou a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) durante os anos da pandemia de Covid-19, por exemplo, e precisa renovar novamente em 2025, o susto é grande. Isso aconteceu com o motorista Kleiner Soares.

“Minha carteira (CNH) venceu neste mês, aí eu fui fazer uma consulta lá no site do Detran e fiquei surpreso com o valor de praticamente R$ 400 que eu tive que pagar para fazer a renovação. Como é necessário, eu infelizmente tive que pagar. Mas é um absurdo o valor que eles cobram por um simples exame de vista e uma taxa”, disse o motorista Kleiner Soares.

Quem renovou o documento pela última vez em 2020, por exemplo, pagou R$ 81 de taxa e mais R$ 57,71 pelo exame médico. Ou seja, os valores não chegavam a R$ 150. Agora, cinco anos depois, o preço no bolso do cidadão é de quase R$ 350. Um aumento de 133%. E caso o motorista opte por receber o documento em casa, ainda há um valor adicional de R$ 30.  

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Divulgação/Detran

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